Capítulo 6 Petal

Eu gostaria que a luz estivesse acesa para que pudesse ver o rosto dele. Quão azarada eu tenho que ser para ser paquerada pelo homem mais bonito que já vi na vida — se o que a máscara me deixou perceber complementar o resto do conjunto — e isso acontecer em uma festa escura? — Você tem um nome? Geralmente me saio melhor em interações, mas meu cérebro parece ter virado manteiga de amendoim. — Todo mundo tem um nome, feiticeira. Meu instinto manda me afastar, mas eu não consigo. Não é só porque me sinto um tanto lenta, mas porque eu quero ver onde isso vai dar. A pulsação acelera a tal ponto que acho que terei um ataque cardíaco. — Eu sou Petal — ofereço, já que ele não parece disposto a ceder. Conseguimos ver o contorno dos corpos um do outro, mas nada além disso. Estremeço quando sinto-o tocar minha mão, prendendo-a entre as suas e levando aos lábios. — Rafael. E então, quer fugir dessa festa comigo? — Diz, irmos para outro lugar? — Aham. — Acho que não. Eu não te conheço. — Tudo bem, ficamos aqui então, mas não curto muito barulho. Onde estava indo? De um jeito estranho, apesar de estar conversando no escuro com o homem sexy, eu consigo relaxar. — Fugindo do barulho, também. Isso é esquisito, já que estamos em uma festa e o barulho deveria ser bem-vindo. — Vamos ser esquisitos juntos então, Petal. Leve-me para onde pensou em ir. — Viria comigo sem me conhecer? Eu poderia sequestrá-lo. Jesus, o que está havendo comigo? Não sou do tipo que flerta. É estranho que eu possa sentir seu sorriso mesmo sem conseguir vê-lo? E minha intuição é confirmada quando ele se abaixa e fala perto da minha orelha: — Sequestre-me, então, menina bonita. De repente, fiquei a fim de me perder. — Vamos ter que explorar juntos. Nunca vim a essa casa. Ele segura minha mão e toma a frente. É uma besteira, mas aquilo faz meu coração disparar. Definitivamente estou precisando sair com mais caras. Se até um simples segurar de mãos me emociona, se o tal Rafael tirar meu vestido, vou sonhar com casamento. Dou risada do pensamento idiota e mais uma vez penso que não deveria ter bebido aquele champanhe. — O que houve? — ele pergunta quando entramos no que parece ser um quarto. — Um pensamento bobo, somente. — Você está bêbada? Sua voz demonstra preocupação. — Não, e você? É verdade, eu não estou. Somente fora do meu estado normal. Sou uma pessoa naturalmente tensa, preocupada, mas nesse instante, é como se todas as minhas inibições tivessem evaporado. — Não dirigiria agora, porque álcool não é muito a minha e tomei duas doses de uísque, mas sei quem é você. — E quem sou eu, Rafael? Suas mãos vêm para minha cintura. — A deusa de cabelo loiro quase branco que fugiu de mim lá embaixo. Puxo a respiração e o ar vem com dificuldade. — Agarrei a oportunidade de fugir quando seu amigo entrou na sua frente. — Por quê? Dou de ombros. — Achei que era impossível não estar acompanhado. Mesmo com o rosto parcialmente coberto, percebi que você é lindo. Sério, tem algo muito errado comigo. Cadê o freio na língua, senhorita? — Eu nunca estou acompanhado. — Por que não? — Nenhuma razão, mas prefiro sair sozinho e escolher. Relacionamentos não são para mim. Com qualquer outro cara, a declaração me faria sair de fininho, definitivamente aquilo se encaixaria na lista do “contra” de Phoenix, mas ele é muito gostoso para eu recuar agora. — E então o que estamos fazendo aqui, Rafael? — Nos conhecendo. Antes das luzes apagarem, eu estava pensando em ir embora, mas depois que te vi, percebi que seria impossível. — Por quê? — Sem chance de eu conseguir dormir sem provar essa boca. Meu coração bate com muita força contra minha caixa torácica. — É o que vai fazer agora? Provar minha boca? Ao invés de me responder, a mão aperta meu quadril e a outra me segura pela nuca. É um toque sutil, mas ao mesmo tempo completamente dominante e que me faz perder a força das pernas. Frio na barriga, calor. Estou sendo consumida por sensações e ele nem me beijou ainda. É uma atração carnal, algo que nunca pensei que fosse capaz de sentir. Quando acredito que vou finalmente sentir seus lábios, ele me surpreende, soltando minha máscara. — Por que fez isso? — Quero tocar seu rosto sem barreiras entre nós, Petal. Meu Deus do céu, a maneira como o homem fala é tão erótico! É como se dissesse: vou tirar sua calcinha. Chego mais perto do corpo dele e levo minhas mãos até sua nuca. — Quero sentir você também. A atmosfera é de pura sensualidade e mesmo em minha inexperiência, consigo perceber que o desejo é mútuo. O beijo vem sem aviso, forte e gostoso como ele. Não estou preparada para sentir o que sua boca em mim faz com meu corpo. O local onde sua mão descansa em meu quadril, queima, formiga e não consigo me impedir de gemer, colando-me nele. Meu corpo ondula, ansioso e sedento. Sua reação é me trazer para mais perto, me imprensando contra cada centímetro de seu físico duro, másculo. Estou excitada e trêmula, entregue não a um beijo, mas a uma demanda erótica. A língua de Rafael é safada, exploradora, me obrigando à rendição. A boca me devora, chupando, mordendo e a única coisa que eu sei é que quero mais. Seguro seu cabelo entre meus dedos, puxando com a mesma pegada em que ele agarra meu quadril. Ele rosna contra meus lábios e a mão sobe, tocando meu seio por cima do vestido. Inclino a cabeça para trás, me oferecendo, querendo tudo o que ele me entregar. — Gostosa demais. Vem comigo, Petal. Quero você a noite inteira na minha cama. Meu corpo dói de desejo, mas ainda que eu não possa dizer que estou em meu estado normal, me sobra um fio de racionalidade. Se sairmos daqui, vou perder a coragem e eu nunca quis tanto algo em minha vida, como estar nos braços dele. Assim, ao invés de negar, corro minhas unhas por seu peito, entre a lapela do blazer, arranhando-o sobre a camisa. Um som rouco sai do fundo de sua garganta, arrepiando-me. Ele me suspende, tirando meus pés do chão e posso sentir seu sexo duro através da roupa. — Aqui? — pergunta, mordendo meu pescoço. Não precisa dizer mais nada porque nós dois sabemos do que está falando. — Sim. Não pare de me tocar, Rafael. Minha pele está em chamas e eu me desmancho em minha entrega.
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