Capítulo 1 O Retorno de Howard Salvator
Entre um aglomerado de ilhas no mar aberto, um palácio majestoso e imponente erguia-se alto.
A ilha tinha sido quase totalmente nivelada, deixando o palácio como seu ponto central. Fora de suas grandes portas de cobre, uma formação de 100 mil guerreiros, vestidos com armaduras negras, permaneciam imóveis, exalando uma aura de intenção de matar avassaladora.
Cem mil pares de olhos estavam fixos nas portas de cobre, transbordando de lágrimas.
As portas maciças se abriram lentamente, e um jovem alto e bem construído, vestindo um sobretudo preto, saiu.
Seu rosto era frio e severo, exalando uma aura de autoridade inabalável. Atrás dele, seguia um homem alto com mais de dois metros de altura, e outros sete em armaduras negras com expressões solenes.
Em perfeita uníssono, os 100 mil guerreiros levantaram seus braços em uma saudação estrondosa.
Howard Salvator ergueu a cabeça orgulhosamente e levantou levemente a mão direita. Clique! Os guerreiros completaram sua saudação com uma precisão ensurdecedora.
"Quando cheguei aqui sete anos atrás, eu era um homem condenado. Hoje, o inimigo está derrotado, e a paz reina no mundo. Estou voltando para casa para ver minha esposa e filho!" Sua voz, profunda e ressonante como o trovão, ecoou pela ilha—uma declaração de sua determinação.
Howard se virou. Os sete comandantes atrás dele imediatamente endireitaram suas posturas, se ajoelharam e rugiram em uníssono, "Adeus, Dragão Imperial!"
Dez minutos depois, o barulho de um helicóptero quebrou o silêncio. Ele subiu rapidamente para o céu, indo em direção ao leste, em direção ao nascer do sol.
O sol mergulhou abaixo do horizonte quando Howard e um homem robusto, um pirulito na boca, saíram do terminal no Aeroporto de Yorkhaven, na Província de Norrath.
O homem robusto entregou a Howard uma pasta de arquivos. "Senhor, isso contém informações sobre sua esposa e filho."
"Preston, nenhuma quantidade de papel pode capturar suas experiências ao longo dos anos. Apenas me dê o endereço deles e vá se divertir," respondeu Howard, olhando de relance para a pasta, mas sem fazer menção de pegá-la.
Preston Hale sorriu, virou-se e saiu sem hesitação.
Ficando parado por um momento, Howard olhou ao redor para os arredores familiares, mas desconhecidos. Murmurou para si mesmo, "Quando fui levado sete anos atrás, você estava grávida. Quinnie, como você tem passado?"
Meia hora depois, Howard saiu de um táxi e encarou o movimentado Mercado de Agricultores de Xandria. Sua testa se franziu em confusão, se perguntando por que o endereço de Quinn Harper o levaria até ali.
Seguindo as direções, ele se aventurou no mercado caótico. O ar estava denso com o cheiro de peixe e podridão, o barulho incessante e irritante.
Ele parou em frente a uma barraca de frutos do mar. Sentada em um banquinho baixo estava uma menina, com seis ou sete anos.
Ela vestia uma camiseta azul desbotada, seu cabelo cortado em um bob curto. Seu rosto era pálido, e seu corpo magro—claramente desnutrido.
A menina se curvava, lutando para limpar um peixe com uma faca em uma tábua de cortar manchada de sangue. Seus movimentos eram desajeitados, e respingos de sujeira manchavam seu pequeno corpo. Sentindo alguém a observando, ela olhou para cima e encontrou o olhar de Howard.
Naquele momento, a mente de Howard ficou em branco. O rosto da menina era quase idêntico ao de Quinn.
Seu corpo tremia incontrolavelmente. Colocando a mão no bolso, ele tirou uma foto. Um olhar foi o suficiente para confirmar: esta era a filha que ele não via há sete anos.
"Minha—" Sua garganta se apertou, e seu nariz ardeu enquanto as lágrimas ameaçavam cair.
Ele não tinha certeza se ela o reconheceria, nem se ela ficaria assustada.
Naquele momento, uma mulher gorda, Felicia Brook, com um cigarro na boca entrou na loja.
Olhando para a menina no banquinho, ela acenou impacientemente. "Já terminou de limpar esses peixes? Se apresse e suma daqui. Droga, hoje é meu dia de azar—já perdi 500 dólares em uma hora."
A menina olhou para Felicia, enxugou o suor da testa e sorriu docemente. "Sra. Brook, você disse que se eu terminasse esses peixes, me daria dez dólares e um pedaço de pão."
Seus olhos estavam cheios de esperança, seu pequeno corpo visivelmente contendo sua fome.
"Seu pequeno bastardo," Felicia soprou um anel de fumaça e zombou. "Você só fez alguns peixes, e já está me pedindo dinheiro? Você é igualzinho à sua mãe."
Então, ela pegou um pão barato do balcão. Ela o balançou na frente da menininha com um sorriso cruel. "Quer isso?"
A menina assentiu vigorosamente, engolindo em seco, e estendeu a mão ansiosamente.
Mas assim que sua mão se esticou para frente, Felicia soltou. O pão caiu no chão sujo e ela pisou nele com o pé.
Cuspiu no chão, rosnou: "Coma, coma, coma - é tudo o que você, seu bastardo, sabe fazer. Vá em frente, coma!"
O pão agora estava deformado e coberto de sujeira. No entanto, os olhos da menininha se iluminaram como se tivesse encontrado um tesouro. Como um filhote faminto, ela se lançou sobre ele, pegou e devorou vorazmente.
Mastigando enquanto comia, ela olhou para cima para Felicia e murmurou: "Eu não sou uma bastarda. Eu tenho dois nomes. Sou Bianca Harper, e também sou chamada de Dragoness Bianca."
Ouvindo o nome "Dragoness Bianca", Howard cambaleou, mal conseguindo se manter de pé.
Sete anos atrás, quando Quinn estava grávida, eles tinham concordado que se tivessem uma filha, seu apelido seria Dragoness Bianca.
Ele não conseguiu mais se segurar. Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto ele corria em direção a Bianca.
Segurando sua mão fina e trêmula enquanto ela estendia a mão para o pão novamente, Howard a parou.
"Isto está sujo. Você não pode comer", ele disse, contendo as lágrimas enquanto gentilmente tirava o pão de sua mão e o jogava fora.