Capítulo 2 O falso Jonas Lawford
Carol e Bianca, ambas ligeiramente embriagadas, voltaram juntas para a residência Lawford.
Ao serem conduzidas para o andar de cima, a dona da casa abriu a porta de um cômodo e disse: “Pode dormir aqui. Este quarto é meu…”
Empurrou a outra, atordoada, para dentro.
O aposento estava completamente escuro. A bêbada estreitou os olhos e ficou tateando até chegar numa superfície em que pudesse desabar.
Meia hora depois, a porta se abriu de novo.
Snap! Uma mão de dedos longos e finos pressionou o interruptor de luz. Jonas, de cara blasé, entrou. Tirou o terno e o jogou na cama, cobrindo um pequeno volume sob os cobertores.
Tirou a gravata e entrou no banheiro. O som de um chuveiro começou a ecoar.
O montinho sob o edredom e o paletó de repente se mexeu, debaixo surgiu Carol murmurando: “Ai, preciso ir ao banheiro…”
Depois de lutar por um tempo para se levantar, esfregou os olhos, tateou até sair da cama e tropeçou no caminho para o banheiro. Empurrou a porta sem hesitação.
O banheiro estava cheio de vapor. Uma figura masculina imponente estava sob o chuveiro, a água caindo sobre o físico rigorosamente talhado.
Como se ninguém mais estivesse por perto, a moça abriu a porta. A névoa diante dela se dissipou, revelando uma robusta figura nua.
O choque repentino a fez despertar, e as pupilas se contraíram num estalo.
Deu um passo súbito para trás, mas os pés escorregaram, fazendo-a avançar. Em pânico, agarrou algo instintivamente.
Duas vozes soaram ao mesmo tempo.
“Ugh”, um gemido abafado de homem.
“Ah…”, o grito de dor que Carol deu ao cair.
Jonas ficou inteiramente tenso, o belo rosto bonito tomado por susto. Uma mulher estranha apareceu do nada em seu aposento e invadiu seu chuveiro!
Respirou fundo para se controlar, o olhar frio fixado na estranha. Disse entre dentes cerrados: “Saia!”
Arranhada pelo objeto caído, a coitada gemia. O rosto se contorcia enquanto exclamava: “Ai, que dor!”
O jovem rapidamente envolveu a cintura com uma toalha. Olhou-a de cima para baixo e disse ríspido: “Levante-se.”
Ao ouvir a voz profunda que lhe dirigia, a confusão congelou a mente da acidentada.
Como tem um homem ali?
Levantou a cabeça para olhá-lo.
O tipo tinha um físico bem construído. A definição dos músculos abdominais dirigiam naturalmente o olhar para as tentadoras linhas em V, e então para as partes importantes, que estavam mal cobertas pelo pano felpudo. Um corpo de proporções perfeitas, comparáveis às de um modelo. A visão que causaria sangramento ocular em qualquer um.
Diante da aparição repentina do escultural homem desconhecido, os neurônios de Carol se tornaram inúteis.
Perguntou com voz trêmula: “Quem... Quem é você? Por que está aqui?”
A figura era vagamente familiar, talvez já o tivesse visto?
Os olhos do homem eram carregados de desdém, e ele abriu ligeiramente os lábios finos: “Este é o meu quarto. Por que acha que estou aqui?”
Então, o cérebro voltou a pensar direito.
Lembrou-se de como chegou até ali e quem aquela pessoa era.
Carol tinha recebido um pedido de passagem para uma vila em Nexoria. Veio de Dystron para surpreender o noivo, apenas para flagrá-lo na cama com sua melhor amiga. Então, saiu para encher a cara com Bianca, que lhe arranjou a certidão de casamento falsa.
Ao lembrar da foto no documento, seu coração disparou.
Ele... ele... ele é...
Perguntou timidamente: “Você é o motorista, o falso Jonas?”
As sobrancelhas do homem se franziram, e lhe atingiu a compreensão de quem era aquela pessoa.
A irmã tinha tomado a liberdade de assumir o papel de casamenteira.
Não apenas se casou em seu nome, como também trouxe essa mulher e a empurrou para seu quarto. Que audácia!
Permaneceu em silêncio, levando Carol a pensar que havia tacitamente concordado.
Certamente, os Lawford eram incrivelmente ricos. Até mesmo o quarto do motorista era luxuoso assim.
Jonas abaixou o olhar e viu a ferida, que ainda sangrava, na perna da moça. Disse suavemente: “Deixe-me cuidar disso.”
Foi então que, finalmente, a convidada-invasora sentiu a dor. Abaixou a cabeça e viu um corte profundo na raiz da coxa.
Tentou se levantar rápido, mas uma pontada aguda a deteve. Não conseguia manter-se de pé e balançou para o lado.
Em pânico, só conseguiu se agarrar às coisas ao seu redor para se equilibrar, inadvertidamente derrubando a última barreira de Jonas, enrolada em volta do quadril.
“Não!”
Seu olhar captou acidentalmente a imagem que a toalha escondia, e o rosto de Carol ficou tão vermelho que parecia capaz de fritar um ovo. Desviou o olhar, sem saber onde colocá-lo.
Meu Deus! Desejava poder viver em outro planeta naquele momento.