Capítulo 8 segundo pesadelo
Mais tarde...
Já chegamos no restaurante, fomos de táxi.
Estou morta de fome. Assim que nos sentamos, já olho logo o cardápio para escolher o que quero.
Meu olho se arregala quando vejo o nome "Lámen com legumes", eu quero muito comer isso. Sempre vejo essas comidas em seriados e doramas que assisto, quero muito experimentar, mesmo morando na zona rural, assisto de vez em quando séries e afins.
A moça vem anotar os pedidos, uma morena bem baixinha, eu digo:
— Quero o pedido 25.
Ela anota e meu irmão pede o pedido 12, Júnior também pede a mesma coisa.
Edmon fica olhando mais um pouco e diz:
— Quero o pedido 25 também, nunca provei lámen. E quero um suco de dois litros de maracujá.
A moça anota e diz:
— Você vai gostar muito do Lámen. — Ela sorri para ele mordendo o lábio, querendo chamar a atenção dele, e sinto um sentimento estranho. Não entendo o que é.
Sei porque ela olhou para ele desse jeito, mesmo não querendo admitir, Edmon é o mais bonito daqui seus olhos verdes intensos são lindos e também intimidadores.
Mas, admito que ele é atraente também, seus cabelos lisos e grandes até a nuca, sua pele lisa e branca, seu físico alto e um pouco musculoso.
Paro de olhar para ele assim que ele nota que estou o olhando demais. Meu irmão pede cerveja para Junior e ele, e ficamos ali esperando nosso lanche chegar.
Tento não pensar na fome, mas minha barriga só dói.
Meu celular então me assusta, ele vibra na minha bolsa, eu esqueci de como é receber uma notificação. Que susto do caramba. Pulo da cadeira, olho para todos que perguntam juntos.
— O que foi? — digo rindo sem graça. — Foi só meu celular.
O pego em minha mini bolsa que carregava o tempo todo. Vejo que tem uma mensagem, aperto para ler…
Mensagem desconhecida.
"Nunca fique sozinha por muito tempo. Nem tudo é belo, nem tudo é o que parece, as pessoas não são como aparentam. Lembre-se: cuidado, o inimigo está um passo à frente."
Que coisa é essa?
Fico relendo a mensagem várias vezes, mas o que é isso? Bloqueio o celular o colocando em cima da mesa.
Deve ser uma pessoa que mandou mensagem errada, só deve ser isso.
Tento esquecer isso e sorrio a todos tentando quebrar aquele clima.
Passando os minutos, nosso lanche chega.
Os lamens com legumes chegam e os pratos dos garotos, que é uma comida bem normal no dia a dia.
Começamos a comer, e caraca estou com muita fome.
Continuo a comer meu lámen, e que gosto maravilhoso é isso, super gostoso, como satisfeita sorrindo e observando que Edmon está comendo também, parece que ele está gostando.
Após limpar meu prato em minutos me sinto relaxada, a fome enfim passou, até que enfim. Estava uma delícia mesmo.
Limpo minha boca com o guardanapo e meu irmão diz, sorrindo para mim:
— Saciou sua fome, irmã?
Eu concordo dizendo.
— Sim, o Lámen é mais gostoso do que imaginava, vou comer mais com certeza nas próximas vezes que vir à cidade.
Pisco para ele e me viro a Edmon.
— Você gostou?
Ele então diz limpando sua boca:
— Sim, é muito gostoso. Você quer suco?
Eu digo que quero e ele me serve. Eu e ele bebemos suco e meu irmão e Júnior bebem cerveja.
Ficamos mais meia hora ali bebendo nossas bebidas.
Assim que terminamos, pagamos a conta e começamos a caminhar.
Meu irmão começa a falar.
— Então, vocês vão embora agora para a fazenda? É meio tarde, não querem dormir na minha casa? Eu tenho cinco quartos em casa, cada um terá o seu.
Eu faço uma careta em pensar que esses dois vão dormir com a gente, é meio estranho, mal os conhecemos.
— Se você está oferecendo, não vamos negar, né, Edmon?
Edmon que está perto de mim diz.
— Claro, muito obrigado pelo convite. E cuidado vocês aí, podem tropeçar pelo caminho, a bebida que vocês tomaram foi demais.
Edmon os alerta, mas eles o ignoram.
— Relaxa irmão, estamos bem — diz Júnior.
Meu irmão concorda mostrando o dedo polegar a ele e os dois continuam caminhando lado a lado.
Caminhando um pouco mais, avistamos a enorme casa do meu irmão, todos entramos e fomos até a sala.
Meu irmão diz:
— Vou arrumar o quarto de vocês. Já volto.
— Eu te ajudo pra você não cair no caminho — diz Júnior rindo indo com meu irmão para os quartos.
Eu pego as chaves e digo.
— Vou trancar o portão.
Pego as chaves e ligo a luz de fora e caminho até o jardim em direção ao portão. Vejo que chave é, procuro e encontro uma bem grande. Tranco o portão e retorno a caminhar pelo jardim. Como é lindo, deve ser bom morar aqui.
Vou até a porta principal e a tranco também. Guardo as chaves e vejo Edmon no telefone no corredor logo à frente. Fico perto do sofá e escuto sua voz:
— Eu já disse que não. Ok? Eu vou dormir, me ligue só amanhã.
Ele coloca o celular no bolso e resmunga algo, parece furioso.
Eu me sento no sofá, pego meu celular, aquela mensagem que recebi no restaurante foi bem estranha. Será que mando uma mensagem perguntando quem é ou algo assim? Fico com o celular na mão pensativa.
Assim que me viro olho para Edmon que está caminhando até o sofá, ele se senta e me pergunta:
— Está com sono? Você parece distante.
Ele me olha e seu olhar segue até o meu celular que está na minha mão. Bloqueio a tela do celular e respondo.
— Não, estou bem. Só vou querer relaxar na cama mesmo. Vou ver se meu irmão precisa de ajuda. Então, tenha uma boa noite e obrigada por hoje.
Me levanto e Edmon também, ele sorri dizendo:
— Não foi nada, tenha uma boa noite.
Ele continua me olhando por um tempo e estende sua mão, eu pego timidamente e apertamos as mãos de leve, o contato de sua mão na minha faz meu corpo todo esquentar, como se nossos corpos se conectassem, respiro fundo olhando em seus olhos e soltamos as mãos, me viro e vou até o corredor que leva aos quartos.
Escuto a voz do meu irmão e vou em direção a eles.
A gente quase se esbarrou em frente ao quarto.
— Irmã, esse é seu quarto, como você já sabia, só estava arrumando-o para você. Boa noite, irmã, vou ficar na sala ainda.
Eu assinto e agradeço.
— Obrigada, irmão. Eu já tranquei a casa, vou me deitar agora. A chave da casa está na estante, até amanhã.
Aceno para eles e os dois voltam para a sala.
Entro no quarto e fecho a porta.
Respiro fundo, tiro meu suéter e decidi colocar meu pijama e tirar essa maquiagem, só assim para dormir bem.
Assim que me arrumo, deito na cama e apago as luzes, deixo somente um abajur ligado. Coloco meu celular na cômoda do lado da cama e me cubro, tento relaxar e dormir, hoje foi um dia longo. Preciso descansar e curtir meu sábado e domingo com meu irmão.
Fecho os olhos e me concentro para dormir.
Aquela cena aparece de novo em minha mente…
O lobo me olhando, ele quer me devorar, ele esperou por muito tempo para isso acontecer. Ele vem em minha direção, mas começo a correr rápido, sei que ele vai me alcançar, sinto isso, ele é mais rápido do que eu.
Ele então corre e pula por cima de mim, caio no chão e suas patas estão em minhas costas, grito de medo e o lobo rosna para mim, começo a chorar de medo e sinto que agora vou morrer.
Acordo suada com o coração batendo tão rápido que acho que vai sair do peito, meu coração chega a doer.
Me sento na cama e pego o celular. São quase quatro da manhã, não vou voltar a dormir.
— De novo isso… — digo com a voz rouca de sono, passo a mão meu rosto tentando ficar com os olhos abertos. Meu coração se acalma e decido me levantar.
Pego um casaco e me visto e vou até o banheiro lavar meu rosto.
Após me secar, olho no espelho, meus olhos estão super arregalados, estou apavorada, não sei porque estou tendo esses pesadelos.
Saio do banheiro, e sem fazer barulho vou até a sala e me sento, está bastante escuro aqui, decido ligar um abajur para iluminar um pouco o ambiente.
Ligo a TV e coloco no volume 1, pego algumas almofadas e as abraço com certo medo, fico olhando para os lados e não tem nada para me assombrar, só tem eu aqui. Digo a mim mesma e tento focar na TV, não quero mais dormir e sonhar aquilo.