Capítulo 5 primeiro pesadelo

Horas depois… Tudo foi muito estranho… O encontro com Edmon pela primeira vez. O encontro com o lobo e com o Edmon novamente. Sinto um certo medo quando olho nos olhos dele, por que se parece tanto com os olhos do lobisomem? E não sei por que me senti tão mal e quase caí no chão, o que foi aquilo? Nunca fui de passar mal. Estou com certo medo agora, sinto que não terei paz, aquela fera agora vai me perseguir, e não quero contar aos meus pais sobre isso, o que eles iriam fazer? Vou guardar isso para mim, pelo menos por enquanto. Decido tomar um banho antes de dormir. Tudo isso que pensei me fez mal de certo modo. Depois do banho coloco uma roupa de moletom e fico olhando para o aparelho que meu irmão me deu, ele disse que ele faz bastantes coisas, mas não é moderno que nem o dele. Eu sei que vou custar a mexer nesse, não quero um moderno. Eu não sei sobre nada das tecnologias da cidade. Ele me ensinou como mandar mensagens, como responder mensagens e como fazer ligações. Mas acho que não vou precisar disso. A não ser mandar mensagem para meu irmão de vez em quando, ou ligar para meus pais quando sair de casa. Coloco o aparelho na cômoda ao lado da cama e decido dormir, ou tentar dormir. O lobo está na minha frente, seus olhos estão arregalados, ele uiva alto se aproximando de mim, estou paralisada como sempre, meus olhos estão fitando os do lobo. Não vou conseguir escapar dessa vez, merda e agora? Não trouxe minha arma, eu estou ferrada de vez. O lobisomem se aproxima e decide então correr, eu apenas fecho os olhos e sinto seu hálito em meu rosto pronto para me devorar. Aquele cheiro de morte da boca dele… é agora que eu vou morrer… Acordo pulando da cama, estou toda suada. Coloco a mão em meu rosto e estou viva, foi um sonho, mas pareceu tão real, meu Deus. Meu coração bater tão rápido que chega a doer, que loucura foi essa? — Que merda é essa? Esse lobo vai me perseguir até nos meus sonhos? – Passo a mão em meus cabelos, respirando fundo. Na verdade, foi um pesadelo. Jamais tive pesadelos assim. Me sento na cama e decido tomar um banho para tirar o suor de meu corpo e ver se melhoro um pouco. Pois esse pesadelo parecia muito real, me levanto a caminho do banheiro. Após um banho relaxante, coloco um macacão e por baixo uma blusa rosa clara. Visto uma sapatilha e vou até a cozinha. Meus pais estão na mesa, eles me olham sorrindo. — Dormiu bem, filha? Meu pai perguntou. Eles ficaram preocupados comigo sobre ontem, decidi mentir para os confortar. — Sim estou, obrigada por me esperarem. Vamos comer. — Coma muito, meu amor. Minha mãe diz me servindo de café puro e pães de queijo. Me sento com eles e começo a comer, está uma delícia. Eu amo tudo que minha mãe faz. — Está uma delícia, mãe. A elogio como sempre. Ela sorri em resposta. — Fiz do jeito que você gosta, com muito queijo. Coma muito. Uma coisa, filha… não quero que nos ajude com a fazenda, tire hoje e o fim de semana para descansar. Fique com seu irmão na cidade para distrair, mesmo que não goste da cidade, lá é menos perigoso — ela diz sorrindo para mim e continua dizendo. — Passe o fim de semana lá, por favor? Faça isso pelos seus pais, já pedi uma pessoa para nos ajudar aqui na fazenda, você pode ir e descansar melhor, você nos ajuda demais, precisa descansar também. Eles realmente estão preocupados comigo, acho que devo fazer isso mesmo não querendo, por amor a eles. E também pode ser bom para relaxar um pouco, pensar menos no lobo e nesse Edmon também. Pode ser uma boa. Decido responder. — Humm… tudo bem então. Forço um sorriso e meu pai diz: — Ok, obrigado, filha, seu irmão vem hoje, ele quer saber como está, aí você mesma conta a ele que vai passar com ele esses três dias, vai ser bom para vocês se aproximarem também. Arrume suas coisas. — Vai lá, amor. Assinto para eles me levantando indo até meu quarto. Decido colocar alguns pares de roupa, toalha, minha capa vermelha, meias para o frio, touca, pente de cabelo, escova de dente, pasta de dente e outros itens pessoais, e por fim meu celular. Pego minha mala de rodinhas e volto para a cozinha de novo. Fico sentada esperando meu irmão. Passam uns minutos e ouço uma voz. — Família, cheguei. Leandro diz, ele parece que está mudando. Isso é bom, a cidade está fazendo ele mudar. Ele entra em casa e diz assim que observa minha mala. — Onde vai com essa mala, mana? Ele fica curioso olhando, eu me levanto e digo. — Mamãe e papai me disseram para ficar com você na cidade, eles não querem me forçar a trabalhar porque passei mal, eles querem que eu relaxe. Reviro os olhos e continuo. — Você se importa, irmão? Posso ficar com você até segunda de manhã? Meu irmão fica pensativo um tempo e diz. — Claro, vai ser bom. Vou te mostrar alguns lugares. Ele sorri vindo até mim. Pega minha mala e diz para meus pais. — Então já vamos pai, mãe. Até segunda. Eu me despeço dos meus pais dando um abraço neles e sigo com meu irmão em sua carroça. LUA Fico olhando para os lados, a carroça se move mais rápido, vamos para a cidade. Vou vê-la pela primeira vez, nunca fui à cidade. Temos um médico de confiança que sempre vinha ver como estava meu irmão, eu nunca precisei ir ao médico, por isso nunca tive motivos para ir à cidade, mas hoje pode até ser bom, assim espero. Chegando no fim da roça, meu irmão desce da carroça e diz: — Deixo minha carroça aqui com esse senhor. Ele cuida aqui pra mim, vamos pegar um táxi agora. Ele me diz e dá uns trocados para o Senhor que sorri gentilmente. Pego minha mala e meu irmão uma mochila dele e vamos até uma avenida próxima, ele senta em um banco e sigo logo atrás dele. Me sento e meu irmão faz a ligação, deve estar ligando para o táxi. Ficamos ali esperando por um momento. Fico olhando para a avenida que está bem movimentada, é até um cenário bom. Logo avisto um táxi amarelo, meu irmão se levanta e diz que é o nosso veículo. Entramos nele e ele diz seu endereço ao taxista. Fico olhando do lado de fora todo o trajeto até sua casa. É bom sentir esse vento gélido em meu rosto. Sorrio olhando para o movimento lá fora… acho que esses dois dias podem ser bons. Mais tarde… Chegamos em sua casa, descemos do táxi e fico olhando para seu lar. É uma casa linda, parece ser feita toda de madeira, meu Deus. Tem um jardim lindo na frente. Ele me conduz até sua casa e me mostra cada detalhe. É linda demais, ele a decorou muito bem. Sua casa tem cinco quartos, três banheiros, duas salas, um escritório e um local de lazer. É muito lindo mesmo. Após ele me mostrar tudo e arrumar um quarto para eu dormir. Ele diz. — Irmã, não somos chegados, mas espero que goste do meu cantinho, você é sempre bem-vinda aqui, ok? Desculpe ser um irmão ausente, prometo te recompensar. Ele sorri me olhando, eu o respondo. — Obrigada, irmão. Prometo passar mais tempo aqui, posso vir nas férias e afins, né? Sua casa é um máximo, foi muito cara? Ele diz sorrindo para mim, relaxando os braços. — Bom, ainda estou pagando essa casa, só tem quatro anos que estou pagando, vai demorar mais uns anos, mas não me arrependo. Ele diz sorrindo olhando em volta de sua casa, depois se vira para mim. — Sou Designer em uma empresa e Freelance em casa nas horas vagas, então sempre ganho uma grana a mais. Enfim, sinta-se à vontade. Vou pedir a Bia para fazer nosso almoço. Eu fico meio perdida. — Quem é Bia? — Olho para ele curiosa. Bia? Parece até íntima dele. Ele coloca a mão no cabelo os bagunçando meio sem graça, e diz. — É minha empregada. Ela me ajuda a arrumar a casa e fazer a comida. Eu não posso contratar mais gente, a grana tá curta, ela que me ajuda, além do mais é minha amiga também, vou chamá-la. Eu digo assim que ele se levanta. — Posso ajudar com a faxina também, e minha comida também é boa. Sempre que vir aqui, posso te ajudar com isso também. Ele faz uma cara lerda e diz. — Então quer vir mais vezes para cá? Ele ri me olhando, reviro os olhos dizendo. — Se eu gostar daqui quem sabe. Mostro a língua para ele e Leandro ri mais uma vez e diz que vai chamar a Bia. Me sento no sofá de novo e fico olhando para a decoração, tudo é muito lindo aqui. Meu irmão até que tem bom gosto. Ele retorna com a tal da Bia. Ela sorri para mim me olhando, ela é magra, mais baixa que eu, morena de cabelos curtos lisos, parece ser uma boa pessoa. Ela vem até mim e me cumprimenta. — Olá, sou Bianca, seu irmão me chama de Bia. É um prazer. Ela estende sua mão e a pego gentilmente. — Oi, sou Lua. Sorrio de leve para ela, a garota então fala novamente. — Seu nome é lindo, bom, fiz comida, vou servir vocês. Tem: arroz, feijão tropeiro, carne picadinha, legumes e salada. Eu digo pra ela. — Me mostra onde está a comida e eu mesma sirvo a mim e meu irmão, pode ficar tranquila. — Tento ser educada. Ela agradece e me mostra a cozinha, os pratos e talheres, os pego e nos sirvo. Vou segurando os dois pratos até a mesa de jantar, coloco elas na mesa e retorno com os talheres, Bia coloca uma jarra de suco na mesa e diz: — Bom apetite, eu já comi. Eu vou para a sala para ficarem à vontade. Ela diz nos deixando só. Eu me sento e meu irmão também. Começamos a comer, a comida está ótima. Fico olhando para os lados enquanto como, está uma delícia mesmo. Terminamos de comer e digo satisfeita. — Estava uma delícia, irmão. Ele concorda e diz. — Bom, se arrume agora, porque à noite vamos sair. Eu pergunto curiosa. — Pra onde? Ele diz rindo de um jeito estranho. — A uma boate. Boate? Hum? Ele sabe que não conheço a cidade, por que ele faz isso comigo? — O que é boate? Pergunto curiosa, mas meu irmão continua com aquela cara, parece que ele está fazendo uma cara lerda, já sei que não é uma coisa boa. — Você vai saber quando chegar lá… — Eii, me conta… — Agora não, já volto. Ele pisca para mim me deixando mais curiosa ainda. Afinal, o que se faz em uma boate? Aí, meu irmão é besta demais, ele sabe que não entendo nada disso e faz isso comigo. Só espero que esse lugar seja bom.  
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