Capítulo 18 - Não sou uma donzela indefesa
Alex conduz Rebecca pelo pub, guiando-a em direção ao bar, sob os olhares curiosos dos amigos dela. Rebecca continua processando todos os acontecimentos, enquanto recebe o olhar intrigado dele.
— Há algum problema, senhorita Jenkins? — Questiona Alex, observando-a soltar sua mão e dar um passo para trás.
— O que você está fazendo? O que foi tudo isso? — Pergunta Rebecca, notando os olhares curiosos ao seu redor, enquanto tenta compreender a situação.
— Exatamente como mencionei, darei uma lição ao senhor O'Donnel, ele insistiu em importuná-la, desconsiderando meu claro aviso para manter distância. — Responde, aproximando-se dela e acariciando suavemente seu rosto. — Você está deslumbrante hoje. — Sussurra, envolvendo sua mão na cintura dela e trazendo-a para mais perto, unindo seus lábios em um beijo intenso. — Por que permite que a tratem dessa maneira? — Indaga ofegante, encostando sua testa na dela.
— Eu estava me defendendo quando você chegou. — Responde, recuperando o fôlego. — Não sou uma donzela indefesa. — Afirma, arrancando uma risada dele.
— Claro que não, você é apenas uma mulher inconsequente. — Provoca, observando-a se afastar. — Fique com seus amigos, vou resolver essa situação e depois seguiremos com nossa conversa. — Conclui, dando as costas e encaminhando-se decididamente em direção ao bar.
— Que homem peculiar. — Resmunga, exibindo um sorriso intrigante enquanto se encaminha na direção de seus amigos.
— Rebecca, que postura é essa? — Questiona André, demonstrando claro incomodo. — Até quando você insistirá nesse comportamento imprudente?
— Comportamento imprudente? O que aconteceu com você? — Pergunta, surpresa, enquanto mantém o sorriso.
— Envolver-se em demonstrações públicas de afeto com um imbecil não é um tanto imprudente? — Indaga, encarando-a com um olhar de desaprovação.
— André, desde quando você se importa? Pare de falar comigo dessa forma, sei muito bem cuidar da minha vida.
— Rebecca, mantenha a calma! Infelizmente, tenho que concordar com André. Você está agindo de maneira imprudente. — Comenta Melissa, recebendo um sorriso desafiador de Rebecca.
— O que esperam de mim? Que eu me submeta e aceite ser maltratada pelas pessoas?
— Você pode se defender sem ficar trocando carícias com desconhecidos o tempo todo! — Exclama André, demonstrando ainda mais irritação.
— Você está ultrapassando os limites. — Afirma Rebecca, distanciando-se dos amigos.
— André, por que você está tão incomodado? — Indaga Susan, tentando compreender a situação.
— Porque a Rebecca está dando motivo para falarem dela. Ela não precisa ficar se agarrando com esse homem o tempo todo, especialmente estando todos nós aqui. — Afirma, levando seu copo de uísque aos lábios.
Enquanto isso, ao entrar no banheiro do pub, Rebecca depara-se com suas duas primas engajadas em uma conversa em frente às pias.
— Você será uma garotinha morta quando teu pai descobrir o que você está fazendo. — Provoca Sabrina com prazer evidente.
— O que foi, priminha? Achou mesmo que meu sogro não contaria para o meu pai o que está acontecendo? — Indaga Samantha, observando um sorriso surgir nos lábios de Rebecca. — Qual é a graça?
— Achei engraçado o quão rapidamente você passou de amante para namorada. — Responde Rebecca, molhando as mãos para tentar relaxar. — Não estou preocupada com isso, afinal, não fiz nada.
— Deitar-se com qualquer um não significa nada para você? Típico de uma mulher sem padrões. — Rebate Samantha, em tom de deboche. — Além disso, esse homenzinho patético provocou o meu sogro.
— É preferível ir para a cama com qualquer um do que ser uma vadia traidora. — Responde Rebecca, com firmeza. — Não tenho nada a ver com os problemas do Peter, ninguém o mandou provocar quem não conhece. — Conclui Rebecca, saindo do banheiro e deixando transparecer sua preocupação.
Ao percorrer o olhar pelo pub em direção ao bar, ela nota Peter e Luan se aproximando de Alex. Passa a mão nos cabelos, ciente dos possíveis problemas, e com determinação começa a caminhar na direção deles.
— Ei, seu canalha, quem você pensa que é? — Indaga Peter ao se aproximar de Alex.
— Porra, que homem insuportável. — Resmunga Alex, virando-se para encarar Peter. — O que você quer agora? — Pergunta, fitando-o com seriedade.
— Encare-me como um homem! — Exige Peter, exaltado.
— Daqui a alguns anos, quando você amadurecer, podemos resolver isso. Você não passa de um adolescente mimado, que busca abrigo no colo do pai diante dos problemas. — Afirma Alex, observando Rebecca se aproximar.
— Como ousa! Porei um fim nisso de uma vez por todas. — Vocifera Peter, avançando com determinação na direção de Alex.
— Peter, por favor, acalme-se. — Pede Luan, posicionando-se entre eles na tentativa de apaziguar a situação.
— Fique fora disso, Luan. Não me obrigue a bater em você também. — Ameaça Peter, empurrando-o de lado.
— Senhor Baker, podemos conversar por alguns minutos? — Questiona Rebecca, interrompendo a discussão.
— Senhorita Jenkins, estou ocupado com esse imbecil. — Responde Alex, observando-a sem se mover. — Senhorita Jenkins, por favor, retorne à sua mesa. — Ordena, com seriedade.
— Como desejar. — Resmunga Rebecca, afastando-se contrariada.
— Senhor O'Donnel, não tenho interesse em discutir com você. Portanto, peço que se mantenha afastado de mim. — Afirma, voltando sua atenção para o bar.
— Você não vai me ignorar. — Declara Peter, puxando-o pelo braço com raiva.
— Solte-me imediatamente. — Ordena Alex, visivelmente irritado.
— O que vai fazer? — Provoca Peter, debochado. Irritado, Alex responde com um soco em seu rosto.
— Porra! Avisei para não me tocar. Se ousar fazer de novo, quebrarei a tua mão. — Ameaça Alex, a raiva tomando conta dele.
— Peter, qual é o teu problema? — Questiona Luan, segurando-o. — Já te disse para não brigar aqui dentro. — Afirma, arrastando-o para longe do bar.
— Me solta, Luan. O que você pensa que está fazendo? Acabarei com esse idiota. — Murmura Peter, consumido pelo ódio.
— Faça o que quiser, mas resolva isso lá fora. Não quero confusão no meu estabelecimento. — Repete, encerrando o assunto com firmeza.
— O que aconteceu com você? — Questiona Magno, parando diante dos dois e notando o rosto vermelho de Peter.
— Aquele desgraçado me acertou um soco, e esse idiota do Luan ficou me segurando. — Responde Peter, irritado.
— Não adianta reclamar com o teu pai, Peter. Você conhece as regras do estabelecimento, não abuse da nossa amizade. — Adverte Luan, mantendo a postura.
— Onde está o indivíduo que teve a audácia de me fazer sair de casa a essa hora? — indaga Magno, visivelmente impaciente.
— Ele está no bar, vou conduzi-lo até lá. — Responde Peter, sendo firmemente segurado por Magno.
— Qual a autoridade que esse homenzinho pensa ter para dar ordens? E, por fim, o que foi que ele ordenou que você fizesse?
— Ele determinou que eu me afastasse de Rebecca. Ela causou mais problemas, agindo de maneira imprópria. — Lamenta Peter, dirigindo seu olhar à mesa onde ela está com os amigos.
— Robert precisa lidar com essa garota, ela está completamente descontrolada. Leve-me até esse homem, vou ensinar uma lição a ele.
— Certamente, pai. — Concorda Peter, guiando Magno até o bar. — É esse idiota aqui! — Declara, parando ao lado de Alex, que sorri de maneira sarcástica ao se virar para eles.
— Então, você é o pirralho que anda perturbando meu merecido descanso. — Comenta Magno, observando Alex levantar-se silenciosamente e caminhar até uma mesa. — Moloque esquisito. — Resmunga, seguindo-o e acomodando-se em frente a ele, enquanto Peter se senta ao seu lado.
— Esta discussão não é apropriada para crianças, retire-se! — Ordena Alex, encarando Peter com firmeza.
— Quem você pensa que é? — Questiona Peter, exibindo sua indignação.
— Não tenho interesse em lidar com você, saia! — Reitera Alex, num tom irritado.
— Por favor, Peter, nos deixe a sós. — Solicita Magno.
— Como o senhor desejar, papai! — Exclama Peter, afastando-se contrariado.