Capítulo 17 - Não vou desperdiçar meu tempo
Rebecca permanece imóvel diante do balcão, seus olhos fixos em Alex, que continua a trocar palavras descontraídas com Luan. Em um instante, seus olhares se entrelaçam, e ele lança um sutil piscar de olhos, desencadeando um sorriso que escapa involuntariamente dos lábios de Rebecca, enquanto suas bochechas se tingem de leve rubor.
— Receio que não consiga. — Murmura Rebecca, voltando-se para Susan.
— Aproveite que ele está com Luan. Aproxime-se e inicie uma conversa. As coisas fluirão naturalmente. — Aconselha Susan, tranquilizando-a com sua voz suave.
— Sem dúvida, farei isso. — Afirma, virando-se com uma determinação serena. Ela lança um último olhar na direção de Alex, solta um suspiro carregado de expectativas e inicia sua caminhada.
— Aonde você está indo? — Questiona Samantha, bloqueando seu caminho.
— Peço que se afaste, por favor. — Solicita Rebecca, com firmeza.
— Você não tem mesmo vergonha de se exibir assim? — Questiona com deboche.
— Por que eu deveria sentir vergonha? — Responde Rebecca, mantendo a calma com dignidade.
— Oh, Rebecca, já sabemos muito bem a vagabunda que você é. Sua máscara de ingenuidade não engana mais ninguém. Como ousa desfilar por aí desse jeito? — Insiste, lançando acusações com um tom acusatório.
— Tenho a mesma coragem que você. Minha vida não é da sua conta. É pura hipocrisia me chamar de vagabunda quando eu mesma te peguei em cima do meu namorado. — Responde Rebecca, sua voz carregada de indignação. — Não vou desperdiçar meu tempo com você. — Conclui, dando um passo adiante, porém sendo contida pelo braço.
— E você, que não esperou nem um dia para se envolver com outro, é apenas uma dissimulada. Não engana mais ninguém. — Afirma, sentindo o rosto arder após receber um tapa de Rebecca.
— Limpe sua boca antes de falar de mim. — Declara, observando uma multidão se formar ao redor.
— Como você se atreve a me agredir? — Questiona, sentindo alguém envolvê-la em um abraço protetor.
— Está tudo bem, meu amor? — Pergunta Peter, analisando com preocupação o rosto dela. — Como tem coragem de tocar nessa mão suja na minha namorada? — Indaga em um tom alto e ameaçador.
— Rebecca, vamos embora! — Pede Susan, segurando-a pelo braço com firmeza, oferecendo apoio diante da situação desconfortável.
— Patética, você é incapaz de se defender sozinha. — Provoca Peter, ostentando um sorriso sarcástico. — Tenha um mínimo de dignidade, todos os nossos amigos conhecem muito bem a verdade sobre você.
— Como ousa me dirigir essas palavras? Quem está agindo cretinamente aqui é você! — Responde Rebecca, lutando para conter suas emoções. — Foi você quem correu para os braços da minha prima quando ouviu um “não” de minha parte. Portanto, por favor, evite me ofender.
— Pelo amor de Deus, Rebecca, você passou quase dois anos representando ser virgem e uma garota ingênua. No entanto, um único deslize meu e você se envolve com qualquer um. Isso está longe de ser a postura de uma mulher decente.
— Um deslize? Você me traiu com a minha própria prima. Desculpe se não fiquei chorando por você em casa. — Responde Rebecca, num tom provocativo.
— Você não passa de uma vagabunda. — Afirma Peter com raiva, sentindo o impacto de um empurrão vindo de André.
— Não ouse chamá-la assim, quando você mesmo é um escroto. — Murmura André, irritado, defendendo Rebecca com veemência.
— Fique fora disso, está mais do que na hora de parar de ser o capacho dela. — Responde Peter, empurrando André de volta com firmeza.
— Chega disso agora! — Ordena Luan, colocando-se entre eles com determinação. — Se querem brigar, vão lá para fora.
— Luan, relaxa, não vou perder meu tempo com esses imbecis. André claramente tem uma queda por essa mulher; eles se merecem. — Declara Peter, cerrando os punhos com determinação.
— Boa noite, senhor O'Donnel! — Cumprimenta Alex ao se aproximar, capturando a atenção de todos. — Senhorita Jenkins, você parece atrair muitos problemas. — Afirma, posicionando-se em frente a ela, um passo à frente como se estivesse protegendo-a.
— Você de novo! Por que não se mantém afastado de assuntos que não lhe dizem respeito? — Rebate Peter com desdém. — Quem procurou confusão foi ela, com a minha namorada.
— Ontem, você mencionou a senhorita Jenkins como sua namorada, e hoje já é outra? — Questiona Alex, observando Samantha atentamente. — Estou impressionado com a sua indecisão. O verdadeiro gosto por algo é, sem dúvida, peculiar. Torna-se desafiador afirmar que você fez um bom negócio nessa troca.
— O quê? Como ousa me ofender? Quem você pensa que é? — Pergunta Samantha, indignada.
— O que você espera, senhorita Halgrave? Que eu adule seu ego com mentiras? Para mim, você não desperta interesse algum, especialmente ao exibir um caráter tão duvidoso.
— Não ofenda a minha namorada. Se ousar proferir qualquer palavra desrespeitosa sobre ela novamente, mal terá tempo de concluir a frase. — Ameaça Peter, provocando um sorriso debochado em Alex. — Essa tola da Rebecca só atrai confusão, incapaz de se proteger sozinha.
— Você é tão idiota, Peter. — Responde Rebecca, avançando um passo, notando que Alex mais uma vez se coloca entre eles.
— E por que diabos se meteu numa briga de mulheres? Tenho certeza de que a senhorita Jenkins sabe se defender muito bem! Mas esse não é o ponto. Você desobedeceu à minha ordem, deixei claro que não queria você perto dela. — Declara Alex, observando Peter levar o celular à orelha.
— Boa noite, filho. — Cumprimenta Magno ao atender.
— Pai, conseguimos as informações que discutimos anteriormente? — Indaga Peter, notando o sorriso sarcástico de Alex.
— Típico comportamento adolescente, sempre procurando consolo no colo do pai quando surge um problema. — Provoca Alex, com deboche. — Posso falar com ele?
— De maneira alguma. — Responde Peter, desatento às palavras de seu pai.
— Está bem, então apenas peça para ele me atender. — Solicita Alex, pegando o celular e efetuando uma ligação.
— Filho, te ligo em alguns minutos, tenho outra chamada. — Informa Magno, encerrando a conversa antes que Peter pudesse argumentar. — Alô. — Cumprimenta ao atender a nova ligação.
— Senhor O'Donnel, boa noite. — Cumprimenta Alex, ciente dos murmúrios ao seu redor.
— O que você está fazendo? — Questiona Peter, visivelmente incomodado.
— Agora não, Peter. Fique em silêncio, os adultos estão conversando. — Adverte Alex, com um tom provocativo. — Senhor O'Donnel, presumo que sua busca por informações sobre mim não tenha sido muito produtiva, não é mesmo? Apenas com um sobrenome, a tarefa torna-se um desafio. Permita-me, então, facilitar o seu trabalho. Meu nome é Alex Baker.
— Alex Baker? Nunca ouvi falar de você! Como ousa intimidar meu filho? Garanto que não gostará de me provocar. — Ameaça Magno, seu tom carregado de irritação.
— Sem ameaças, senhor O'Donnel! Seria sensato manter a compostura, especialmente quando não sabe com quem está lidando. A provocação do seu filho foi o que me transformou em um problema para o senhor. E posso afirmar que não precisei de muito tempo para descobrir tudo sobre vocês.
— Jovem, não te conheço! Como se atreve a me provocar a essa hora da noite? Você tem um sobrenome qualquer e acha que consegue me fazer perder meu tempo! Sugiro que repense suas ações! — Orienta Magno, enquanto realiza uma breve pesquisa sobre Alex.
— Senhor O'Donnel, tenho dois sobrenomes e asseguro que não necessito de nenhum deles para ensinar uma lição ao senhor e ao seu filho. — Afirma, encarando o olhar raivoso de Peter. — Não lido bem quando as minhas ordens não são cumpridas. Estou no Pub Stain, sei que o senhor mora nas proximidades, portanto, sugiro que venha até aqui resolver a confusão que seu filho criou. Não sou um homem paciente, então não demore. Aguardarei no bar. — Declara, encerrando a ligação com firmeza. — Peter, se você ousar chegar perto dela novamente, os problemas serão ainda maiores. — Ameaça Alex, pegando a mão de Rebecca e se afastando, enquanto as pessoas comentam sobre os acontecimentos.