Capítulo 7 tudo estava muito confuso
Aria S W A N – Narrando ♛
Ele estava agindo muito estranho e de forma misteriosa, confesso.
Cássio esteve aqui uma vez apenas, mas não agiu como se quisesse descobrir sobre mim. Até porque isso não fazia bem o tipo dele.
Mas nunca o vi agir daquela forma antes.
— Por que está com tanta pressa para que eu vá com você, depois de me dizer que terminamos? E que tipo de palavra você deveria ter comigo, se não nos prometemos mais nada depois disso? – Perguntei, pedindo explicações.
— Você por acaso tem dez anos, Aria? Por que está agindo como uma criança com medo de estranhos, se não teve medo algum de se envolver comigo? – Perguntou ele, se aproximando.
Estávamos tão próximos, que eu podia sentir a respiração quente dele, tocar meu rosto.
— E quem disse que tenho medo de você? – Perguntei com um timbre baixo, o vendo se aproximar.
— Seus olhos! – Disse ele, me encarando fixamente. Ele era algum tipo de pessoa, que detectava mentiras pelo olhar?
Naquele momento, eu estava tão envolta com o castanho amarelado dos olhos dele, que nem percebi estar tombando para trás e então, senti a mão dele me tocar.
Porque era diferente?
Ele então, me puxou de volta e me soltou em seguida.
— Vamos, precisamos realmente embarcar. – Disse ele, saindo em seguida do apartamento.
Limpei minha garganta e ajeitei minha roupa, olhando para o lado e de repente, todos na cozinha, estavam me olhando e sorrindo para mim.
— O que foi gente? – Perguntei os vendo sorrir.
Disfarcei e puxei minha mala, deixando-a na porta e então, Milena e Alex vieram até mim me abraçar.
— Agora sim, aproveite suas férias! – Disse Milena, apertando minhas bochechas. — Ela não parece um bebê?
— Ela é o meu bebê! – Respondeu Alex, se colocando na minha frente. — Sei que logo fará vinte e sete, mas para mim, será sempre a minha irmãzinha mais nova. Eu prometi para a nossa madre que cuidarei de você e será assim até o fim!
Quando Alex disse aquilo, entendeu o dedo mindinho para mim, com um sorriso puro. Ela tem sido a minha base por muitos anos e era a única pessoa que eu tinha, fora o meu “grãozinho de arroz”.
— Aria, cuida dessa criança e siga tudo a risca. Não passe nervoso! – Disse Milena, com um sorriso. E antes que eu a respondesse, Alex completou.
— E se ele falar ou fizer algo para você, me ligue que eu vou atrás dele o “capar”. – Disse ela, com aquele jeito mandão que eu amava.
— Podem deixar, meninas. Não é como se fosse do outro lado do mundo. Vallery City é a menos de duzentos quilômetros e eu virei aos feriados.
— NEM PENSAR! – Disseram as duas em uníssono, me fazendo rir.
— Nós iremos até você, não é Mi? – Perguntou Alex, batendo no braço da nossa amiga.
— Claro! Por isso, não passe nervoso! – Disse Milena, mais uma vez, me lembrando sobre a pressão.
— Pode deixar meninas! – Falei abrindo a porta, dando de frente com Cássio, parado me olhando.
Me virei e acenei para as meninas, tendo em seguida a minha mala segurada. As vezes ele me confundia e na minoria das vezes, me fazia lembrar o homem que eu amava, confesso!
Respirei fundo e o segui até a saída do prédio, vendo outra pessoa no carro.
— Aria não tive a chance de te apresentar com mais calma, mas esse é Pierre, meu advogado. – Disse ele, se sentando ao meu lado, deixando o homem sozinho na frente.
Por que ele estava tão gentil? – Me perguntei mentalmente, o observando.
— Pensei que Thomas fosse seu advogado. – Falei de forma abafada, olhando-o brevemente e desviando a atenção para o homem na minha frente.
— Não! – Respondeu Cássio, de forma curta e direta, fazendo o mesmo.
Assenti tentando não tocar no assunto e então, ouvi o telefone dele tocar. Cássio olhou atentamente o nome na tela e encarou o advogado, atendendo a ligação em seguida.
— Hm, o que houve? – Perguntou ele, arqueando as sobrancelhas. — Certo, já estamos a caminho!
Assim que ele disse aquilo, os olhos dele foram diretos até os meus.
— Senhor Morgan? – Chamou Pierre, o olhando.
— Pierre, você ficará para auxiliar Ellen. Haverá uma reunião com alguns acionistas e vocês são os principais responsáveis hoje. – Disse Cássio entre linhas, causando uma confusão em minha mente.
Testamento? Avó? Ellen? O que estava acontecendo a final? – Me perguntei o vendo descer e dar a volta até mim.
— Por que estamos na empresa? – Perguntei confusa o vendo apontar para cima.
— Tem medo de altura? Se tem, vai ter que superar, porque precisamos ir de helicóptero. – Disse ele, segurando a minha mão e me guiando para dentro do prédio.
Alguns olhares foram lançados sobre nós, mas estava tudo uma bagunça, que eu tinha certeza de que aquela cena não seria facilmente lembrada.
Entramos juntos e fomos até os elevadores, seguindo para o último andar, para irmos de escadas ao terraço. Subimos os degraus até lá e quando Cássio abriu as portas, uma forte ventania tocou minha pele, me causando calafrios.
O barulho das hélices era muito alto e quase não dava para se ouvir os pensamentos com todo aquele ruído.
— Vem! – Disse Cássio, segurando a minha mão e ao nos aproximarmos, um homem me ajudou a subir.
— Senhor Morgan! Então essa é a preciosa senhora? – Perguntou o mais velho, com humor.
— Deve ser! – Disse ele, me causando uma certa antipatia pela frase. Se ele queria que eu o odiasse, conseguiu.
Fui a viagem inteira de olhos fechados, tentando esconder meu pavor por altura. E de quebra, ainda tinham os enjoos.
Estava um silêncio tão revigorante que acabei cochilando e de repente, a voz doce que eu me lembrava de Cássio, surgiu em meus ouvidos.
— Abra os olhos! – Disse de forma meiga e quando os abri, o céu era tão lindo e vasto. Não tinha nada além do que uma imensidão serenity. E quando olhei para o lado, estranhei estar sozinha.
— O que foi? – Gritou Cássio, se virando para me olhar. Sorri o achando engraçado com aqueles óculos e enormes fones horrorosos sobre a cabeça.
— Nada! – Silabei, voltando a olhar para o céu.
Eu não sabia explicar, mas senti como se algo me aguardasse. E por um instante, um enorme momento de paz tomou conta de mim, onde novamente acabei adormecendo.
Assim que despertei, estranhei estarmos dentro de um carro em um lugar estranho. Olhei em volta e me assustei, voltando a atenção para o homem ao meu lado.
— Cássio, como viemos parar aqui? – Perguntei, tendo os olhos desolados dele sobre mim.
— Vem comigo Aria! – Disse ele, saindo do carro. Pelo tom de voz dele, eu imaginei que fosse algo sério e então, saí do carro e o segui, encarando-o de forma confusa.
— Onde você vai? Me espera! – Perguntei indo atrás dele e finalmente o vi parar perto de um jazigo aparentemente recém colocado.
Quando me virei para ver o nome, ele se virou para mim e se colocou na minha frente, me estendendo uma carta.
— O que está acontecendo? – Perguntei com rispidez, o vendo me encarar de forma fria.
— Primeiramente, quero te lembrar do que eu disse, se tem uma coisa nessa vida que eu honro é a palavra!
— Essa parte eu já entendi. Você me trouxe para cá só para falar isso novamente? – Perguntei fazendo menção de o empurrar para o lado, mas sem sucesso.
— Eu ainda não terminei de falar! – Disse ele, me olhando fixamente. — Eu não gosto de você! Na verdade, não sinto nada além de desprezo.
— O quê? – Perguntei, dando um passo para trás o encarando assustada. — Não acha tarde para confessar isso?
— Aria eu prometi a ele que cuidaria de você e dessa criança que está gerando ai, como um último pedido. Ele me fez prometer que eu nunca te deixasse desamparada. E a última coisa que ele me pediu pessoalmente era que eu a trouxesse para se despedir.
— Ele quem? Quem quer se despedir? Você por acaso está louco? – Perguntei irritada, o vendo sair da minha frente.
E naquele momento, o meu mundo caiu.
Eu não estava acreditando no que estava vendo. Senti o ar me faltar e minha garganta tampar. Eu mal conseguia me manter em pé.
— Isso é mentira! – Falei em meio a lágrimas, dando um alto grito e quando o cara ao meu lado ameaçou me tocar, eu me desvencilhei.
— Amor... - Chamei, apontando para a lápide. — Por que seu nome está lá?
Perguntei, sentindo-me confusa.
— Eu sinto muito Aria, esse era o Cássio!