Capítulo 7 Um preço alto

Ao entardecer, uma policial chamou pelo nome de Luísa, ordenando que ela se juntasse às outras detentas. O grupo foi conduzido para a sala de visitas, um espaço simples, mas funcional, com mesas alinhadas em fileiras. Luísa caminhou hesitante, os olhos varrendo o ambiente em busca de quem poderia estar ali para vê-la. — Vá logo! — disse a policial, empurrando-a pelas costas para apressá-la. Seus ombros estavam tensos, e ela apertava as mãos, tentando conter a ansiedade que lhe apertava o peito. Ainda assim, reuniu forças e continuou andando, com o olhar fixo no chão. Quando finalmente ergueu o olhar, encontrou Fiorella sentada à sua frente. O sorriso arrogante que curvava os lábios da mulher acendeu uma raiva intensa em Luísa. — Olá, irmãzinha! — proferiu Fiorella, a voz transbordando sarcasmo enquanto se inclinava para frente com o olhar desafiador. Luísa semicerrou os olhos, cruzando os braços como se tentasse conter a revolta que subia pelo peito. — O que você faz aqui, Fiorella? — perguntou com tom controlado, mas os punhos cerrados revelavam sua tensão. Fiorella sorriu ainda mais, apontando para os lábios machucados de Luísa com um gesto deliberado. — Só vim aqui para ver minha irmãzinha — comentou, zombeteira, enquanto tamborilava os dedos na mesa com aparente desdém. Luísa se levantou de repente, ignorando a dor que latejava em seus punhos. Seu corpo inteiro tremia, mas não de medo. — Não tenho nada a tratar com você. Fiorella ajeitou o cabelo, fingindo desinteresse. — Nem mesmo sobre o Enzo? — retorquiu, deixando escapar um sorriso frio e calculado. O impacto das palavras fez Luísa congelar. Sua respiração ficou entrecortada enquanto as pernas vacilaram levemente, ameaçando ceder sob o peso do medo. — Você não vai chegar perto do meu filho — bradou Luísa, tentando manter a postura firme, embora sua voz revelasse o pânico crescente. Fiorella deu de ombros, como se a acusação fosse insignificante. — Não se preocupe. Vou mandar o meu sobrinho para o orfanato assim que eu for morar com o Marcos. Luísa sentiu um redemoinho de pensamentos atravessar sua mente em um instante. A imagem de seu filho vulnerável, as provocações de Fiorella e a impotência acumulada no confinamento alimentaram sua fúria. Antes que pudesse pensar, agiu movida por um impulso incontrolável. Saltou sobre Fiorella, agarrando seus cabelos com uma força que fazia suas mãos arderem. — Vou acabar com você se encostar a mão no Enzo — gritou, enquanto pressionava o rosto de Fiorella contra a mesa com uma violência que ecoou pela sala. A confusão atraiu a atenção dos policiais. Alguns deles correram para intervir, segurando Luísa pelos braços e forçando-a a se afastar. Luísa foi arrastada de volta à cela. Seu peito subia e descia rapidamente, e a raiva pulsava em suas têmporas. As palavras de Fiorella não saíam de sua cabeça, intensificando o desespero que a consumia. — Não posso ficar presa aqui! — Ela se sentou no canto escuro da cela, abraçando os joelhos, enquanto lágrimas silenciosas rolavam por seu rosto. — Não quero ficar aqui! — Sussurrava. Impotente, ela olhou para o quadrado no alto daquele cubículo. Tinha que dar um jeito de sair daquela prisão antes que Fiorella mandasse o sobrinho para um colégio interno. Enzo só tinha quatro anos e mal sabia se defender. Pensando no filho, Luísa acabou adormecendo. Inesperadamente, um jato de água fria atingiu o seu rosto com força. A água gelada escorria por seu cabelo e pescoço, provocando um arrepio imediato enquanto ela tossia e ofegava, lutando para recuperar o fôlego. O som do líquido batendo contra o chão misturava-se com o eco de vozes ao fundo, aumentando sua confusão e desconforto. Ela tossiu, engasgando enquanto passava as mãos pelo rosto, tentando entender onde estava. Ao abrir os olhos, viu policiais a observando com expressões indiferentes. — Levanta! — ordenou um deles. Com dificuldade, Luísa foi conduzida à enfermaria. Uma médica a examinou. Apesar dos hematomas no seu rosto, nenhum osso estava quebrado. Depois do atendimento, uma policial se aproximou, carregando um casaco preto. — Você está livre — anunciou, com um tom seco e direto. Luísa piscou, confusa. — Como assim? — murmurou, sem acreditar no que ouvia. — Você é surda? Troque essa roupa e dê um fora daqui! Ainda incrédula, Luísa obedeceu. Vestiu o sobretudo e seguiu a policial até o portão principal. O ar frio da noite tocou sua pele machucada, provocando um arrepio que contrastava com a sensação de liberdade. Ao longe, o som de uma buzina a fez parar. Ela colocou a mão acima dos olhos para proteger-se da luz intensa que vinha do Porsche. “Ah, não! Por que ele continua me seguindo?”, pensou, enquanto uma onda de alívio e incerteza tomava conta de sua mente. Considerou a possibilidade de que teve bem mais do que uma noite íntima com aquele mafioso. Não conseguia afastar o medo de que esse gesto de libertação viesse com um preço alto. — Entra! — O som da voz imperiosa surgiu depois que Paolo abriu a porta do veículo.
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Conteúdos
Capítulo 1 Um coração frio Capítulo 2 Não vou te machucar Capítulo 3 A amante Capítulo 4 Uma sinfonia de amor perigosa Capítulo 5 Um contrato Capítulo 6 Ela não lembra de nada Capítulo 7 Um preço alto Capítulo 8 A única solução Capítulo 9 Tome cuidado Capítulo 10 Quando você vai voltar para casa? Capítulo 11 Um cliente ilustre appCapítulo 12 A proposta appCapítulo 13 Desejo você appCapítulo 14 Desastrada appCapítulo 15 Não deixe ela escapar! appCapítulo 16 Dominado pelo desejo appCapítulo 17 Uma fascinação obsessiva appCapítulo 18 Fique de olho nela appCapítulo 19 Uma centelha de esperança appCapítulo 20 Um herdeiro perdido appCapítulo 21 A apólice de seguro appCapítulo 22 Uma chance appCapítulo 23 Alguém como você appCapítulo 24 Cativado por completo appCapítulo 25 Você é minha! appCapítulo 26 Lamento por partir o seu coração appCapítulo 27 Vou cuidar de você! appCapítulo 28 Vou te proteger appCapítulo 29 Impulsos primitivos appCapítulo 30 Não posso me apaixonar appCapítulo 31 Não tente fugir appCapítulo 32 Não entre no meu quarto appCapítulo 33 Olhos do predador appCapítulo 34 Você não vai a lugar nenhum appCapítulo 35 Você é muito gostosa! appCapítulo 36 appCapítulo 37 appCapítulo 38 appCapítulo 39 appCapítulo 40 appCapítulo 41 appCapítulo 42 appCapítulo 43 appCapítulo 44 appCapítulo 45 appCapítulo 46 appCapítulo 47 appCapítulo 48 appCapítulo 49 appCapítulo 50 appCapítulo 51 appCapítulo 52 appCapítulo 53 appCapítulo 54 appCapítulo 55 Uma dívida appCapítulo 56 appCapítulo 57 appCapítulo 58 appCapítulo 59 appCapítulo 60 app
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