Capítulo 6 Minha prima está em apuros
No momento em que a camada foi revelada, Wesley e seus dois guarda-costas se aproximaram, com suas respirações acelerando.
Apesar do ceticismo, a expectativa e o nervosismo enchiam o ar enquanto observavam a cena que se desenrolava.
Naquele momento, a mão de Pedro tremeu. Após um som agudo, a camada que tinha acabado de ser levantada foi rasgada.
O coração de Wesley pulou uma batida. Ele suspirou exasperado. “Uma pintura tão linda, e agora está arruinada. Valia oitenta mil, sabia?”
Os dois guarda-costas também trocaram olhares de pena.
Esse cara está vestido de forma tão simples. Ele não parece um homem rico. Talvez os oitenta mil fossem suas economias de anos de trabalho duro. Ele provavelmente esperava encontrar uma pechincha no mercado de antiguidades, mas parece que todo o seu dinheiro foi pelo ralo.
Pedro, por outro lado, engoliu em seco. Ele continuou a descascar, ignorando a área rasgada.
Conforme a folha de papel inteira se desdobrava gradualmente, um silêncio caiu sobre a loja.
Abaixo da segunda camada de tela, um retrato notavelmente realista surgiu em toda a sua glória. Embora tivesse alguma semelhança com a primeira camada, qualquer um com um conhecimento modesto de arte poderia reconhecer imediatamente seu extraordinário artesanato.
O retrato anterior parecia opaco e sem a mínima vivacidade, mas o de baixo parecia prestes a ganhar vida.
Era adornado com vários selos, cada um afirmando a autenticidade da obra de arte.
Pedro olhou para a pintura e seu rosto ficou pálido.
Ele sentiu como se fosse desmaiar.
Tendo vendido uma autêntica obra-prima de Tadeu Blackwood por meros oitenta mil, ele percebeu que havia sofrido uma perda tremenda.
Uma peça original de Tadeu Blackwood poderia facilmente render dez milhões e potencialmente comandar um preço ainda mais alto em leilão.
“Apesar da aparência convincente desta pintura, a técnica de enquadramento expõe sua verdadeira natureza como uma falsificação. Molduras antigas de imitação geralmente são feitas com materiais da mais alta qualidade, meticulosamente escolhidos para aumentar a ilusão. No entanto, os materiais usados para esta pintura são bastante comuns. O artesanato intrincado da moldura contrasta fortemente com a baixa qualidade da madeira, sugerindo que alguém estava tentando esconder algo”, Jonathan explicou despreocupadamente.
Naquele momento, Wesley começou a vê-lo sob uma nova luz.
Apesar de se orgulhar de ser um especialista em antiguidades experiente, e passar meia hora estudando meticulosamente a pintura, ele não percebeu os detalhes que este jovem identificou com um único olhar.
“Impressionante mesmo, jovem. Meu nome é Wesley Zinnecker. Tenho paixão por colecionar antiguidades, e parece que você tem um bom olho para os detalhes. Talvez pudéssemos trocar ideias com mais frequência”, o idoso disse.
“Já que você gosta de antiguidades, por acaso tem alguma esmeralda fina?”, Jonathan perguntou, com seus olhos brilhando.
Encontrar uma esmeralda de qualidade em um mercado de antiguidades pode ser desafiador, e colecionadores experientes geralmente têm tesouros escondidos.
Ele pensou em comprar diretamente do idoso, caso ele tivesse alguma.
O rosto de Wesley se iluminou. “De fato, eu mesmo tenho paixão por colecionar esmeraldas e tenho uma coleção e tanto. Tenho um museu de antiguidades na Rua Nightingale, e faremos uma exposição em três dias. Você é bem-vindo para vir e dar uma olhada. Se você vir algo que goste, fique à vontade para pegar.”
Ele sentiu que Jonathan não era um jovem comum e estava genuinamente interessado em formar uma conexão.
No entanto, o rapaz balançou a cabeça. Ele estava relutante em aceitar recompensas sem as ganhar e não queria se sentir em dívida por algo como uma esmeralda.
Além disso, Wesley não lhe parecia o tipo de pessoa que faria um negócio perdedor.
“Tudo bem, nos encontraremos em três dias”, disse Jonathan, instruindo Pedro a embrulhar a pintura e pagando os dois mil adicionais.
O lojista, sentindo a dor do acordo, não tinha ninguém para culpar além de si.
De acordo com as regras do comércio de antiguidades, uma vez que um preço era definido, não havia devoluções.
Após sair da loja, Jonathan foi direto para sua mansão em Propriedade Lago do Campo.
Enquanto isso, Vivian e seu grupo chegaram ao bar, que estava mal iluminado.
Enquanto Caleb e seus companheiros se acomodavam em seus assentos, um homem careca de meia-idade se aproximou deles.
O homem era forte e robusto. Sua presença imponente era acentuada por uma tatuagem de dragão que se espalhava por seu corpo, sugerindo uma conexão com o submundo.
Vivian e as outras garotas ficaram tensas no momento em que ele se aproximou.
A ansiedade era evidente em suas expressões.
No entanto, para sua surpresa, o homem abriu um sorriso e disse: “Ora, se não é o Sr. Zillen! Que honra tê-lo aqui.”
Com isso, ele acenou para um garçom e pediu uma garrafa do melhor vinho para Caleb e seus amigos.
Após garantir que tudo estava em ordem, o homem foi embora, deixando Caleb se deleitando em uma sensação de triunfo.
Esse gesto fez o rapaz se sentir presunçoso e respeitado, e até mesmo o olhar de Vivian em sua direção suavizou, agora tingido de admiração.
“O Sr. Zillen deve realmente ser algo. Até o dono do bar veio pessoalmente para cumprimentá-lo.”
“Claro. Toda vez que o Sr. Zillen vem aqui, ele gasta dezenas de milhares. Ele é o cliente principal deste lugar.”
Ao ouvir as palavras lisonjeiras de todos ao seu redor, o crescente senso de orgulho cresceu em Caleb.
Sorrindo, ele se recostou na cadeira, aproveitando a atenção. Um momento depois, o rapaz levantou seu copo confiantemente e se virou para Vivian. “Venha, junte-se a mim para uma bebida.”
“Beba! Beba! Beba!” A multidão ao redor deles gritava, e suas vozes aumentavam de excitação.
Vivian corou levemente, mas não recusou. Ela levantou seu copo e bebeu o vinho de uma só vez.
Caleb, vendo a oportunidade, rapidamente serviu outra bebida antes que ela pudesse pousar o copo.
O álcool estava começando a fazer efeito, e logo Vivian sentiu uma onda de tontura tomar conta de sua mente, e sua cabeça começou a girar levemente.
Conforme o bar ficava mais lotado, a atmosfera engrossava com barulho.
Um jovem, claramente bêbado, cambaleou e descuidadamente esbarrou em Caleb no momento em que estava levantando seu copo para um brinde.
O vinho derramou na camisa de Caleb, encharcando-o.
Seu rosto escureceu de fúria quando ele se levantou abruptamente, gritando: “Você é cego?”
O jovem, que não era de recuar facilmente, revidou com palavras arrastadas, até mesmo lançou uma série de insultos em sua direção.
Tendo tomado mais do que alguns drinques, e estando cercado de amigos e admiradores, Caleb não estava disposto a deixar isso passar. Seu orgulho explodiu e não havia como ele tolerar ser desrespeitado na frente de todos, especialmente na frente de Vivian.
Alimentado pelo álcool e seu temperamento crescente, o rapaz lhe deu um chute rápido, fazendo o jovem voar uns dois metros.
O treinamento de boxe de Caleb valeu a pena. Poucos conseguiam enfrentá-lo, muito menos um estranho que estava bêbado.
O jovem caiu no chão com um baque doloroso, gemendo enquanto tentava recuperar o fôlego.
Após alguns momentos, ele cambaleou para ficar de pé, segurando um pilar ao lado.
Com um olhar de fúria e humilhação, ele apontou para Caleb e cuspiu: “Você vai se arrepender disso. Espere só!”
Após lançar sua ameaça de despedida, o jovem correu em direção à saída do bar.
Caleb, completamente imperturbável, simplesmente levantou sua taça de vinho e girou o líquido dentro, com uma expressão fria e indiferente.
No entanto, no segundo andar, o dono do bar observou a cena com uma pitada de preocupação.
“Vamos continuar!”, ele disse com uma risada, afastando qualquer preocupação.
Caleb não via o jovem como uma ameaça. No entanto, momentos depois, a porta se abriu com um estrondo alto.
Boom!
Um grupo de homens altos e musculosos invadiu o bar.
Eles se aproximaram da equipe e exigiram que a música fosse desligada, mergulhando a atmosfera animada em um silêncio abrupto.
Vários membros da equipe hesitaram, preparando-se para intervir, mas o dono do bar discretamente sinalizou para que ficassem para trás.
Sem perder tempo, eles foram direto para a mesa de Caleb.
Caleb e os outros estavam completamente bêbados, intoxicados demais para entender completamente a situação. Foi só quando os homens se aproximaram da mesa que o rapaz finalmente reconheceu o jovem loiro que ele havia acabado de esmurrar.
Mesmo assim, ele não demonstrou medo.
Levantando-se com arrogância, Caleb olhou para o grupo e perguntou: “Quem diabos são vocês? O que querem aqui? Vocês deveriam saber, eu fiquei em terceiro lugar no boxe.”
Com isso, ele balançou o punho no ar, como se estivesse pronto para provar sua fala, sorrindo com confiança deslocada.
Vários de seus amigos se levantaram. Todos também eram treinados em boxe e eram combativos.
Mas antes que alguém pudesse fazer um movimento, um barulho agudo soou.
Paft!
Um tapa caiu diretamente no rosto de Caleb, atordoando-o.
Ao ver isso, alguns dos seus amigos pegaram garrafas de vinho da mesa como armas, prontos para lutar.
O líder dos homens zombou. “Não me importa o quão bom você acha que é no boxe”, ele disse com uma voz fria e perigosa. “Você bateu no irmão mais novo do nosso chefe. Parece que você tem o desejo de morrer.”
“Seu chefe? E quem é o seu chefe?”, Caleb perguntou instintivamente.
O homem deu um passo à frente. Sua presença dominava a sala enquanto falava lentamente, enunciando cada palavra com uma ameaça deliberada.
“Daniel Hardman”, ele disse, estreitando os olhos.
Assim que esse nome foi mencionado, Caleb e seus companheiros, que estavam fervendo de raiva momentos antes, sentiram como se um balde de água fria tivesse sido jogado sobre eles.
Um lampejo de medo rapidamente substituiu a coragem que antes estava em seus corações.
Daniel Hardman, da Rua Apóstolo, era de fato uma figura de considerável importância em Cadrexia. Ele tinha experiência em frete, serviu no campo de batalha e agora estava envolvido no setor imobiliário.
Sua ascensão foi marcada por derramamento de sangue e brutalidade, e ele era conhecido por sua capacidade de navegar nas sombras do poder com impunidade.
Cruzar Daniel não era apenas um movimento perigoso; era uma aposta com a própria vida. Sua influência era tão penetrante que ele podia cometer crimes e não enfrentar consequências reais.
“Vamos lá. O meu chefe está esperando por você. Ele tem um temperamento explosivo, então não o deixe esperando”, disse o líder friamente.
Em um instante, Caleb e seus amigos, que tinham sido tão arrogantes momentos antes, largaram suas garrafas de vinho e se alinharam como condenados.
Eles saíram do bar um por um, sua bravura anterior foi substituída por uma obediência desconfortável.
Assim que saíram, foram conduzidos e levados a um clube na Rua Apóstolo.
Vivian, tremendo de medo, perguntou com a voz trêmula: “O que devemos fazer agora?”
O rosto de Caleb ficou pálido, mas ele tentou soar confiante. “Não se preocupe. Assim que eu mencionar o nome do meu pai, eles vão recuar.”
Todos foram rapidamente levados a uma sala privada no clube, onde ficaram em uma fila. Sentado no sofá, estava um homem de meia-idade, tomando seu chá calmamente.
“D-Daniel, meu pai é Fabio Zillen”, Caleb gaguejou, com sua voz tremendo. “Deve haver algum mal-entendido…”
Bang!
Sem dizer uma só palavra, o homem se levantou abruptamente. Seu comportamento calmo anterior desapareceu em um instante.
Ele agarrou Caleb pelos cabelos, batendo sua cabeça na mesa com um baque forte. Então, com um movimento rápido, ele pegou um bule de vidro e o quebrou contra a cabeça dele.
Crack!
Chá e cacos de vidro se espalharam pelo chão, misturando-se em um respingo caótico.
“Eu não me importo com quem você é”, Daniel rosnou, com a voz fria e inflexível. “Você machucou o meu irmão, e agora você vai pagar o preço. Mesmo que seu pai venha, eu vou lidar com ele também.”
O homem limpou as mãos com um lenço de papel entregue a ele por um jovem que estava por perto. Recostando-se no sofá, o tom de Daniel ficou gelado quando deu seu comando. “Todos, ajoelhem-se.”
Vendo o quão brutalmente Caleb foi espancado, ninguém mais ousou resistir. Todos caíram de joelhos, tremendo de medo.
Vivian, nervosa, agarrou a manga de Sofia com força. “O que devemos fazer agora?”
A amiga, igualmente aterrorizada, só conseguiu gaguejar entre lágrimas: “Eu… Eu também não sei…”
Enquanto isso, Jonathan estava entretido examinando a pintura “A Musa Graciosa” que acabara de adquirir quando seu telefone tocou de repente.
Era uma ligação de Vivian.
Ele atendeu imediatamente, e a voz da prima surgiu, trêmula e chorosa.
“Jonathan, você precisa me ajudar. Estou no Clube Cloudview na Rua Apóstolo. Eles estão tentando me forçar a… a dormir com eles… Há tantos homens aqui!”
O rosto de Jonathan escureceu enquanto ouvia, e sua expressão se aprofundou.
“O que está acontecendo?”, ele exigiu, com a voz tensa de preocupação.
“P*rra, garota! Como você ousa pedir ajuda? Você quer morrer?”
De repente, a linha caiu com o som agudo de um celular caindo no chão, seguido pelos ecos ásperos de tapas e gritos.
A expressão de Jonathan endureceu.
Ninguém tem o direito de encostar a mão na minha prima, não importa o quão errada ela esteja! Eu mesmo a disciplinarei!
Sem hesitar, ele se levantou e discou o número de Sérgio.
“Leve alguém para a Rua Apóstolo imediatamente. Minha prima está com problemas”, Jonathan ordenou. Sua voz era firme e urgente.
“Entendido, senhor”, ele respondeu, sentindo a urgência em sua voz.
Ele percebeu que Jonathan estava furioso.
Em cinco minutos, mais de uma dúzia de sedãs pretos estava correndo em direção à Rua Apóstolo.