Capítulo 1 Deus da prisão
Na Quarta Prisão de Huxville, um batalhão de soldados, com equipamentos militares de ponta, mantinha uma fortaleza de alta segurança. Esta instalação era famosa por abrigar os criminosos mais temíveis do mundo. Cada detento era excepcionalmente habilidoso, variando de demônios implacáveis, com uma propensão inerente à violência, a ex-soldados de elite, cujos meros nomes já haviam instilado terror em seus adversários.
Entre os prisioneiros também estavam alguns magnatas altamente influentes.
Neste dia, uma onda repentina de comoção reverberou pela prisão. Um novo detento estava sendo admitido: um homem conhecido como “Coiote”, o terceiro líder mercenário mais poderoso do mundo.
Ele era famoso por supostamente massacrar mais de sessenta pessoas na fronteira de Ledroustein.
Naquele momento, a porta da prisão se fechou atrás dele.
Coiote, com sua cabeça careca e uma tatuagem de lobo, entrou exalando arrogância, e seus olhos brilhavam com um traço de ferocidade.
Ele caminhou confiantemente pela área de recreação, indo direto para a Cela n.º 7.
Lá dentro, um jovem estava deitado na cama, absorto em um livro.
Tuft!
O Coiote chutou a estrutura da cama e, com a voz fria como gelo, declarou: “Peça transferência ao guarda. Mude para outra cela. Não gosto de dividir nada com ninguém.”
O jovem se espreguiçou lentamente e sentou, avaliando o homem parado à sua frente.
Com cerca de 1,80 m de altura e quase cem quilos, a presença imponente do Coiote era acentuada por seu peito largo e um rosto robusto e intimidador.
Ele parecia uma figura selvagem que emergiu direto das profundezas.
“Nesta prisão, o poder impera”, disse o jovem, com um sorriso provocador em seus lábios. “Então, se você quer este lugar só para você… que tal um duelo contra mim?”
Naquele momento, uma multidão de condenados se reuniu do lado de fora. Seus olhos refletiam uma mistura de curiosidade e pena.
A expressão do Coiote vacilou momentaneamente.
Esse jovem tem coragem!
Uma vez, ele derrotou, sozinho, vinte e um mercenários, ganhando sua temível reputação como o Coiote na selva de Jussipi.
Ele ficou surpreso com a audácia desse rapaz magro, que, apesar de sua constituição física, teve a coragem de desafiá-lo para um duelo mano a mano.
Em um instante, o Coiote explodiu em uma gargalhada assustadora, cerrando seu punho com força. “Garoto, se você está tão ansioso para encontrar o seu fim, ficarei feliz em ajudar…”
Antes que pudesse terminar sua frase, ele levantou o punho para golpeá-lo.
Mas, em um piscar de olhos, o jovem havia desaparecido.
O Coiote sentiu um aperto repentino na parte de trás do colarinho e, antes que pudesse reagir, foi arremessado para o ar e jogado com força no chão.
Boom!
O impacto de seu corpo de mais de cem quilos fez a prisão inteira tremer momentaneamente.
O jovem nem sequer olhou para o Coiote, que estava esparramado no chão como um trapo descartado. Em vez disso, voltou sua atenção para o grupo de espectadores reunidos na entrada.
Com um sorriso confiante, ele perguntou: “Bem impressionante, hein?”
Os presos, capazes de causar um rebuliço antes de serem capturados, responderam todos com uma admiração ansiosa. Seus sorrisos eram tão lisonjeiros quanto sincronizados, balançando a cabeça entusiasticamente.
“Impressionante, chefe. Você é realmente incrível!”
“Como esperado do sucessor de Silas.”
Ao ouvir esse nome, um lampejo de nostalgia passou pelos olhos do jovem.
Faz um ano que Silas foi embora. Todas as habilidades que adquiri são graças a ele…
Ele até disse que tinha uma surpresa planejada para mim quando eu saísse. No entanto, já faz um ano inteiro, e ele nem se deu ao trabalho de me visitar.
Naquele momento, um guarda abriu caminho pela multidão e se aproximou.
Ao ver o Coiote esparramado no chão, ele não pareceu nem um pouco surpreso. Em vez disso, um sorriso se espalhou por seu rosto enquanto anunciava: “Sr. Lassche, está na hora da sua libertação.”
Hoje era de fato o dia em que Jonathan Lassche seria liberto da prisão. Influenciado pelas superstições de Silas, o rapaz havia escolhido ser liberto precisamente ao meio-dia, acreditando que seria um momento auspicioso.
“Tudo bem”, ele respondeu, ajustando suas roupas antes de seguir o guarda para fora.
Quando Jonathan surgiu, os prisioneiros nas proximidades se endireitaram e o cumprimentaram respeitosamente.
“Chefe!”
“Saudações, chefe!”
“Estou prestes a sair, então se comportem e não causem problemas aos guardas. E aquele Coiote… certifiquem-se de que ele fique trancado em isolamento por três dias sem refeições. Esse cara teve a coragem de ser arrogante aqui na Quarta Prisão. Está na hora de aprender um pouco de respeito”, Jonathan instruiu enquanto se despedia.
“Não se preocupe, chefe. Vamos garantir que tudo ocorra como deseja”, alguém respondeu.
Logo depois, Jonathan seguiu o guarda para fora da prisão.
Quando chegou ao pátio da frente, uma mulher em traje militar se aproximou com uma presença imponente.
Seu comportamento frio e heroico era ressaltado pela única estrela em seu ombro, marcando-a como general, uma patente impressionante para alguém tão jovem.
Jonathan parou no meio do caminho, não apenas por causa de sua patente, mas porque seu rosto parecia estranhamente familiar.
Ela era a sua colega de escola, Selina Tagara.
Na escola, Selina era uma figura misteriosa com habilidades extraordinárias de combate, e já circulavam rumores sobre a sua prestigiosa formação militar.
Após a formatura, ela desapareceu. Encontrá-la aqui, de todos os lugares, foi algo inesperado.
Ao vê-lo, Selina o reconheceu, e franziu a testa levemente ao ver seu uniforme de prisão.
“Você é o Jonathan?”, ela perguntou. Seu tom era uma mistura de surpresa e curiosidade.
O rapaz assentiu. “Sim, eu não esperava que nos encontrássemos aqui. Faz anos desde a última vez que ouvi algo sobre você.”
Selina respondeu: “Eu, pelo contrário, ouvi bastante sobre você. Não é culpa sua que tenha acabado na prisão, eu só não esperava que você ficasse confinado bem aqui. Esses últimos três anos devem ter sido difíceis, mas agora que está sendo liberto, você finalmente estará livre.”
Enquanto falava, ela enfiou a mão na bolsa, tirou uma caneta e escreveu um número de telefone em um bilhete. Então, o entregou a Jonathan com um sorriso.
“Já faz três anos, e muita coisa mudou lá fora. Se precisar de ajuda, não hesite em entrar em contato comigo. Afinal, já fomos colegas de classe. Tenho deveres oficiais para cuidar agora, mas nos encontraremos quando pudermos.”
Com isso, ela se retirou.
Ao se afastar, Selina explicou aos colegas: “Jonathan era meu colega de classe. A namorada dele foi agredida por um herdeiro rico e, em retaliação, ele acabou machucando o agressor. Como resultado, foi condenado à prisão. Ouvi dizer que essa namorada se casou com o herdeiro que ele atacou. Jonathan era um aluno excepcional com um futuro promissor, então é uma pena passar três anos em um lugar como este. Isso pode arruinar qualquer um.”
Seus dois colegas mostraram pouca reação, com suas expressões inalteradas.
Para eles, Jonathan era apenas um jovem que havia se perdido, e que estava em um mundo muito diferente do deles.
Sua história não evocou nenhuma empatia em seus corações.
Afinal, cada indivíduo é uma ilha no vasto mar da humanidade, e ninguém pode realmente compartilhar a dor do outro.
Jonathan descartou seu traje de prisão e vestiu um novo conjunto de roupas casuais. Após se despedir dos poucos guardas, ele saiu pelos portões.
Assim que cruzou a soleira, foi saudado pela visão de uma longa fila de sedãs pretos, que somavam facilmente mais de cem. Pessoas vestidas de preto, usando óculos escuros, estavam ao lado de cada veículo, com sua presença comandando a atenção.
No instante em que o rapaz apareceu, o grupo de indivíduos curvou-se em uníssono e o cumprimentou com: “Bom dia, Sr. Lassche.”