Capítulo 3 Senhor, alguém está maltratando sua esposa
“Não se preocupe, eu mesma vou cuidar da minha mensalidade e não vou usar o seu dinheiro”, Amelia disse após terminar sua refeição, e saiu da mesa.
“Olha só a atitude dela! Se ela fosse ao menos metade do que a Sophia é, eu dormiria em paz.”
Para seus pais, uma era um tesouro, enquanto a outra não passava de uma erva daninha a ser pisoteada.
......
No dia seguinte, Amelia chegou ao prédio do Grupo Carter, conforme Eduardo havia instruído.
Quando ela estava prestes a entrar, ouviu uma voz atrás dela.
“Amelia, o que você está fazendo aqui?”
A mesma se virou e viu sua irmã saindo de um carro esportivo vermelho, com William ao lado dela.
Os olhos do homem brilharam ao ver a atraente moça. “Sophia, quem é essa belíssima mulher?”
Sua irmã rangeu os dentes e respondeu: “Minha irmã.”
O homem ajeitou o cabelo com um ar presunçoso e disse: “É um prazer conhecê-la. Você já deve ter ouvido falar da família Brooks, certo? Nós fornecemos todos os materiais de construção em Oceancliff.”
Amelia ficou incomodada com o olhar lascivo do homem e não tinha a menor vontade de conversar com ele.
“Tenho outros compromissos, então vou indo.”
Sua irmã, pensando rápido, a interrompeu. “O que veio fazer aqui? Não veio procurar emprego, veio?”
“Sim, estou aqui por um trabalho.”
“Você veio para fazer a limpeza?”
Ela franziu a testa. “O que eu faço não é da sua conta.”
“Por que se rebaixa trabalhando como faxineira? Se estivesse precisando de dinheiro, era só ter me falado”, zombou, cobrindo a boca com um sorriso.
“Ela é faxineira?” William fez uma careta de nojo e deu um passo para trás. “Que horrível! Espero que ela não tenha cheiro de lixo. Isso seria insuportável!”
Sophia jogou o copo vazio de chá no chão e disse: “Aqui, limpa isso!”
Amelia respondeu com calma: “Mesmo que eu estivesse aqui para limpar, é melhor do que me vender. Quantos homens estão ao seu redor, te dando roupas e bolsas caras? Eu ganho meu dinheiro com trabalho honesto e não me envergonho disso.”
“Ah, e só pra constar, não vou contar quem foi o homem que te deu essa bolsa.”
Dito isso, ela se virou e entrou no prédio do Grupo Carter.
“Que bolsa? Ela tá falando a verdade?”, William perguntou, irritado.
“Não, claro que não! Essa bolsa foi um presente da minha mãe por eu ter sido a melhor aluna nas provas finais!”, Sophia insistiu.
“Desculpa. Eu devia ter acreditado em você”, disse o homem, apertando a sua cintura fina e lambendo os lábios. “Vamos assistir a um filme depois que eu fechar esse negócio pra você. Tem um cinema novo só para casais que parece ser incrível.”
A jovem riu e afastou a mão dele. “Não, não posso. Minha mãe não quer que eu fique até tarde fora.”
Que piada! Ir ao cinema escuro com ele e deixa-lo fazer o que quiser? Ele achou mesmo que eu era tão ingênua assim?
......
Amelia entrou no prédio do Grupo Carter, mas foi barrada pela segurança.
“Fora! Aqui não é lugar para estudantes de ensino médio ficarem à toa!”
Com seu rabo de cavalo e mochila, Amelia parecia jovem e animada, ainda com traços de quem tinha acabado de se formar no colégio.
“Eu tenho uma reunião marcada.”
“Com quem?”
“Com o Sr. Carter”, respondeu, mencionando o nome do homem. “O nome dele é Eduardo!”
Os seguranças trocaram olhares desconfiados e fizeram sinal para que ela saísse. “Do que está falando? Estamos ocupados aqui! Não é lugar pra brincadeiras. Vai embora!”
Eles começaram a empurrá-la para fora.
Quando Amelia já não sabia o que fazer, avistou de repente um rosto familiar.
“Olivia!”
Ela se desvencilhou dos seguranças e correu até a mulher, exclamando surpresa: “É você mesmo!”
A mesma tinha sido sua colega de escola. Seu pai, Henry, era gerente assistente no departamento de RH do Grupo Carter.
Ele tinha arranjado um estágio para a filha no Grupo Carter antes da faculdade começar, o que já dava um bom impulso no currículo dela.
Ela olhou rapidamente para Amelia e perguntou aos seguranças: “O que tá acontecendo aqui?”
Os seguranças, sabendo que o pai de Olivia era uma figura importante no RH, ficaram cautelosos.
Um dos guardas, hesitante, disse: “Ela diz que o Sr. Carter a chamou aqui, mas achamos que era brincadeira.”
A jovem arqueou uma sobrancelha. “Sr. Carter? Nosso CEO?”
Amelia não fazia ideia de que Eduardo era o CEO do Grupo Carter e não sabia da posição que ele ocupava.
Ela hesitou e disse: “Eu não tenho certeza… acho que…”
“Acha?” A voz da jovem ficou afiada. “Em que mundo você tá vivendo?”
O seu sorriso desapareceu. “O que quer dizer com isso?”
Olivia deu um sorriso debochado e provocou: “Nós duas nos formamos no colégio, mas olha pra mim, já estou estagiando no Grupo Carter. Estou construindo meu currículo!”
“E você? Continua por aqui, fingindo estar num drama adolescente, achando que veio ver o Sr. Carter e que vai chamar a atenção dele? Você é realmente iludida. É risível!”
A jovem sempre a desprezara, zombando dela pelas costas, chamando-a de caipira.
A alegação dela de ter uma reunião marcada com o Sr. Carter era especialmente irritante.
Ela deu uma risada debochada, pensando que, se o Sr. Carter se interessasse por mulheres, certamente preferiria alguém como ela, com um corpo mais atraente.
“Vou compartilhar isso no grupo da nossa turma e deixar todo mundo ver o quão ridícula você é!”
Enquanto Olivia pegava o celular para escrever a mensagem e lançava um olhar fulminante aos seguranças, acrescentou: “Por que vocês ainda estão aí parados? Expulsem ela daqui logo, ou vou contar pro meu pai e estarão demitidos!”
Irritada, Amelia discou o número de Eduardo. “Amor, tem alguém aqui me maltratando!”
Houve um breve silêncio do outro lado da linha antes de a voz calma e grave dele responder: “Onde você está?”
“Estou no endereço que você me passou. Eles estão tentando me expulsar!” A sua voz tremia de emoção.
Ao ouvir o tom aflito dela, o homem sentiu uma pontada de preocupação e frustração.
“Amor, você é o CEO do Grupo Carter, né?”
“Sim.”
“E eu sou sua esposa, então sou a Sra. Carter, certo?”
Ele sorriu, satisfeito. “Isso mesmo.”
A mesma lançou um olhar desafiador a Olivia e aos seguranças, erguendo a voz. “Quero que as pessoas que estão me maltratando sejam demitidas. Você pode fazer isso?”
“Posso.”
Olivia, tratando-a como uma piada, compartilhou o incidente no grupo da turma, provocando uma onda de zombarias e gozações.