Capítulo 2
‘Pov de Annette’
O que você gostaria de beber?
Não fiquei muito tempo pensando no que aconteceu na entrada. Nem pensei muito sobre por que o implacável Connor Norman me ajudou, apenas imaginei que ele estava de bom humor hoje.
Com a música ensurdecedora tocando, encontrei uma cabine e pedi um uísque ao barman. Normalmente, só conseguia lidar com coquetéis, mas esta noite tinha um único objetivo, ‘ficar bêbada e esquecer de tudo.’
Tomei meu drink distraída, ainda atormentada pela imagem de Kyle com o outro homem e a mulher. Nosso amor parecia uma piada doentia.
Sacudindo o líquido em meu copo, amaldiçoei Kyle, Lena e a Deusa da Lua, sentindo meu rosto ficar mais quente e minha cabeça mais pesada.
— Maldição! Eu deveria ir embora. Não há ninguém para me buscar!
Cambaleei ao me levantar, com minha visão embaçando. Balancei a cabeça com força e me virei, mas tropecei, esperando bater no chão.
Um par de mãos fortes me segurou.
Levantei a cabeça e olhei para cima para ver um homem baixo e robusto de terno. Não conseguia distinguir sua expressão, mas ele estava sorrindo para mim.
Por que uma mulher bonita como você viria a um bar sozinha para ficar bêbada? Me deixe cuidar de você. E se você cair de novo?
Apesar de sua ajuda, senti uma inexplicável sensação de repulsa e desconforto em relação a ele.
Não, por favor, me solte! — disse.
Tentando abrir bem os olhos e esperando que ele entendesse e me deixasse em paz. Mas ele me segurou firmemente e começou a me puxar para fora. Uma onda de desconforto se espalhou pelo meu coração. Tentei me libertar, mas faltava força.
Você bebeu a bebida que enviei e agora não me deixa te levar para casa. Você é uma pequena querida sem coração! — sussurrou, com seu hálito quente em meu ouvido, acendendo um calor incomum dentro de mim.
O que mais me aterrorizou foram suas palavras. Percebi então que havia algo errado com a bebida que o barman me deu.
Enquanto ele me arrastava para a saída, o desespero me envolveu. Eu me sentia cada vez mais fraca, e no momento em que eu estava prestes a perder a consciência, outro par de mãos quentes, segurou meu braço.
Para onde você está levando ela? — Uma voz familiar, profunda e rouca soou. O homem que me segurava imediatamente afrouxou sua pegada.
Caí em um abraço caloroso que cheirava agradavelmente a baunilha.
Alfa... Alfa Connor, eu não sabia que ela estava com você! — gaguejou o homem.
Desapareça!
Sentindo o cheiro repugnante ao meu redor desaparecer, instintivamente soltei um suspiro de alívio. Mas logo, os efeitos do álcool tomaram conta do meu corpo novamente, acendendo um sentimento de vazio dentro de mim que precisava desesperadamente ser preenchido.
Quente, muito quente.
Mesmo estando nos braços de um estranho, eu ainda me sentia desconfortável. Tentei me levantar, atraída pela frescura de sua pele, que era reconfortante contra a minha.
Me leve embora… — murmurei, esfregando meu rosto em seu pescoço como um gatinho. Kyle já havia me traído, e neste momento, não tinha mais nada a perder.
Eu sabia o que precisava agora, mas não tinha certeza se esse homem me ajudaria. De repente, senti uma força em meu queixo. Seus dedos bem definidos seguraram meu queixo, me forçando a olhar para ele. Caí em um par de olhos cinzentos.
Você tem certeza? — ele perguntou.
Não respondi. Em vez disso, envolvi meus braços em volta do seu pescoço, puxando ele para baixo, e fiquei na ponta dos pés para plantar um beijo escaldante em seus lábios frios.
Como você desejar! — ele rosnou.