Capítulo 3 Não me bajule
Jorge não pôde deixar de franzir a testa. “Olhe… tenha cuidado com sua atitude!”
Ângela ficou surpresa por um momento, depois sorriu e disse: “Minha atitude não está satisfatória, Sr. Kins?”
Scarlet se irritou e disse: “Garota! Esse é o seu pai! Como pode chamá-lo assim?”
Zacarias, zombou: “Não liga para isso, mãe, ela está fazendo birra, agindo como uma mimada, como sempre. Não passa de uma indulgente! Agora, até renegou os próprios pais. Se sair da Família Kins, nos fará um favor.”
“Sim, você tem total razão.” Ângela se deitou e começou a dispensá-los. “Se ninguém tem mais nada a dizer, por favor, saiam. Preciso descansar. Adeus!”
Anteriormente, protegi aquela falsa e tentei escapar, mas fui espancada pelos bandidos ainda mais por causa disso. Agora, revivendo tudo de novo... Mesmo estando no hospital, essa gente vem até aqui para buscar justiça para alguém que saiu praticamente ilesa. É inacreditável!
Ela estava revivendo a coisas passadas. Nem havia sido liberada do hospital e eles miraram sua chance no discurso da língua Brundeliano.
Ângela não queria ter nada a ver com essas criaturas repugnantes. Ela só queria que saíssem dali o mais rápido possível.
Todos franziram a testa e Samuel explodiu. “Você está louca? Quem pensa que é para nos expulsar?”
Ela virou as costas, recusando-se a se discutir.
Nesse momento em que estava vivendo, ela não deixaria sua irmã adotiva ter a chance de participar daquela competição em seu lugar.
Mas nem em sonho!
Fernanda olhou para as costas de Ângela com um toque de confusão. Pouco depois, ela sorriu.
Parece que essa garota não é tão tola afinal.
Ao se sentirem ignorados, os Kins ficaram chateados. Eles disseram algumas palavras duras e saíram.
A porta do quarto foi fechada com força, ao ponto de fazer um pedaço da parede descascar.
Assim que saíram, Ângela abriu os olhos. Seu coração estava calmo naquele momento.
Acontece que não desejar mais o carinho daquela família e não ser mais uma bajuladora se tornou muito satisfatório.
No passado, ela pensava que, desde que fosse esforçada e sensata, poderia se integrar naquela família. Mas isso nunca aconteceu.
Já que tenho a oportunidade de recomeçar, preciso viver uma vida diferente e não repetir os mesmos erros.
De repente, a porta foi aberta novamente e Ângela se virou impacientemente para ver quem entrava.
Era Jonas. O rapaz havia saído, mas decidiu retornar.
Ele se aproximou da cama e disse: “Olha, não seja tão teimosa. Não deveria ser tão difícil pedir desculpas a Fernanda e prometer que essas coisas não acontecerão novamente. Se fizer isso, ainda será bem vista por todos, e Mamãe e Papai não vão te ignorar.”
A única resposta que recebeu foi o silêncio. Ângela fechou os olhos e se recusou a falar.
Jonas suspirou e disse: “Descanse bem. Estou indo embora.”
A porta foi fechada novamente.
Após toda a confusão, Ângela sentiu um pouco de sede e se levantou para procurar água.
O corredor do hospital estava cheio de pessoas de todos os tipos.
Durante esse período, não havia distinção entre os departamentos de ambulatório e internação, e o espaço era limitado.
Não era incomum ter várias pessoas compartilhando o mesmo quarto.
Após pegar um pouco de água fria no bebedouro, Ângela deu alguns goles e se sentiu muito melhor.
Ela, então, pegou um pouco de água quente e estava prestes a sair quando se virou e viu um homem sentado em uma cadeira de rodas atrás dela.
O homem tinha traços faciais marcantes e estava vestido com uma camisa elegante. Suas mangas estavam arregaçadas, revelando seus pulsos longos e claros.
Mesmo em uma cadeira de rodas, seu temperamento nobre e frio não podia ser escondido.
É o meio-irmão de Christopher!
“O-Oi, Jonathan”, Ângela gaguejou ao cumprimentá-lo.
Ao ouvir sua voz, ele levantou o olhar e disse: “Hã?”
“Nós nos conhecemos na Residência Sanders”, ela disse, sentindo-se pressionada sob o olhar intimidador do rapaz.
Ângela o viu duas vezes antes. Para ser precisa, naquela época ela estava muito preocupada com qualquer coisa relacionada a Christopher.
Rumores diziam que Jonathan sofria de uma doença crônica desde a infância, mas tinha um talento excepcional para os negócios.
Embora fosse o filho mais velho da Família Sanders, ele não carregava o sobrenome deles por alguma razão desconhecida.
Agora que me lembrei! Infelizmente, Jonathan irá morrer daqui dois anos devido à sua doença!
Com esse pensamento, o coração de Ângela deu um salto, e ela olhou para o perfil quase perfeito do rapaz, vendo complexidade em seus olhos.
Em sua chance de viver no passado, como era completamente dedicada à sua família, não tinha ideia do que estava acontecendo com ele. Mais tarde, quando soube de tudo, não pôde deixar de sentir arrependimento por um tempo.
“Você é amiga de Christopher, da Família Kins, certo?”, Jonathan respondeu.
Ângela assentiu um pouco surpreendida. “Isso!”
Ele se lembrou de mim!
Embora o homem fosse excepcionalmente bonito, seus olhos eram muito frios.
Na vida anterior, Ângela se apaixonou por Christopher e o perseguiu implacavelmente, e quase todos sabiam disso.
Durante as duas visitas que fez à família dele, ela tentou conquistá-los, sendo excessivamente complacente e bajuladora.
Embora achasse que tinha se saído bem, acabou descobrindo que todos a acharam uma completa piada.
Eles zombavam pelas suas costas, dizendo que ela não tinha amor-próprio para perseguir um homem daquele jeito, sendo frívola e baixa.
Olhando para o bebedouro, depois para a cadeira de rodas de Jonathan, Ângela pegou gentilmente a xícara da mão dele e lhe deu um pouco de água.
Ele estreitou os olhos e disse calmamente: “Não precisa me agradar; não tenho voz nos assuntos de Christopher.”