Capítulo 7 NARA
Passei o dia todo no quarto só sai quando soube que todos tinham ido para o evento, e fui também para o local e me vem memórias minhas e de Luís o vejo rodeado de mulheres elas faltam sentar no colo dele e ele nem aí, antes eu nem ligava muito delas ficarem perto, hoje me sinto incomodada, lembro de uns momentos nossos, ele sempre me respeitou e cuidou de mim, o que fiz, estraguei todo o sentimento que ele sentia por mim, devia ter deixado rolar algo entre nós, talvez fosse feliz agora, não estaria nessa agonia que estou, quando resolvi ir embora, ele olha para os lados e me escondi, e a noite, coloco um vestido ousado, me visto de atitude e coragem e vou, quando chego no local do evento, todos me olham e Luís não disfarçar a cara de surpresa me olhando de cima para baixo, parece que está vendo uma miragem, falo com todos e quando o abraço! Nossos corações batiam rapidamente, minhas mãos geladas denunciam o nervosismo que está sendo encontrar ele de novo, o que mais me doeu foi ele se desfazer do nosso abraço, abraço esse que ele adorava fazer morada. Ali não é o Luís que conheço, era um homem frio e indiferente a mim, cumprimentei as meninas.
– Amiga, você veio.
– Ana fala me abraçando.
– Que olhar triste é esse, Nara?
– Luis não deu a mínima para mim, talvez uma desconhecida ele tratasse melhor.
– Ele está chateado com certeza, de um tempo a ele.
Vou procurá-lo e Richard disse que ele saiu sem rumo, saio a sua procura e a nossa conversa não foi nada amistosa nesse lugar, Luís simplesmente me deu um fora, por mais que eu tenha implorado pelo, o beijo dele nada adiantou, eu sei que ainda existe algum sentimento, ele acendeu a chama e apagou no mesmo instante, cada pegada de suas passando pela, a minha pele, a cada mordida me deixando excitada, acabou me deixando a ver navios, as sensações do nosso beijo dessa segunda vez foram mais intensas ainda, fazendo com que meu corpo ficasse querendo mais daquele homem, daquele corpo, chego no meu quarto frustrada que entro no banheiro e tomo um banho com roupa, salto e tudo.
Ele não me ama mais, só pode ser isso, o que estou fazendo da minha vida, saio do banho, coloco uma roupa, desço até ao bar, pedi uma garrafa de bebida, agora quem irá beber sou eu, fico sozinha, Richard chega e me avista.
– Posso te fazer companhia– Richard chega logo sentando.
– Não se entenderam não né, que embaraço é esse entre vocês nunca se resolvem.
– Luís é quem está dificultando as coisas agora, acabei de beijá-lo, ele disse que não me quer.
– Você o ama de verdade.
– Não sei, sinto coisas com ele, que nunca senti com ninguém e saudades é uma delas, viro a bebida de uma vez na boca.
Continuamos bebendo e Ana vem me dar um abraço, ficamos conversando, Richard saiu da mesa depois que ela chegou.
– O que você acha da namorada do Richard? — Pergunto.
– Eu não acho nada, ela é linda, elegante, tem atitude, eles combinam muito.
– Não se sente nem um pouco atraída por ele, faz tempo que ele te ronda. — Falo.
– Ele é lindo, Richard não entende os meus traumas, a minha história, o que passei, olha a roupa que estou vestida, até esqueci que estou com esse pedaço de pano, vou te contar uma coisa Nara, estou ganhando muito bem como modelo fotográfica, mas não irei mais trabalhar como modelo, cumprirei o meu contrato, voltarei a estudar, e retornarei para a minha cidade natal, retomar a minha vida ao normal, quero te agradecer por tudo o que você fez por mim. — Ana fala.
Nos abraçamos, emocionadas e Ana me ajuda a ir para o quarto, percebemos Richard discutindo com a sua namorada e Luís tenta acalmar a situação. Tento ir lá, mas ela segura no meu braço.
– Nara deixe eles, não temos nada a ver com o que está acontecendo ali, por favor venha comigo.
Obedeço a ela, me deito na cama, o mundo gira comigo, ela aguarda eu dormir para sair do quarto, acabo sonhando as mãos do Luís passeando pelo, o meu corpo.
Acordo no dia seguinte, tenho que ir embora, lembro que bebi todas, e fico falando sozinha, implorei até por beijo, Luís você me paga! Ana sentada à minha frente ouvia tudo.
– O amor é assim, fazemos coisas inimagináveis.
– Jogo almofada nela.
– Vocês irão embora quando? — Pergunto.
– Vou daqui a pouco, os donos vão ficar mais dias. — Ana fala.
– Luís e Richard? — Pergunto curiosa.
– Sim.
Fico em silêncio pensando no que fazer daqui para frente, se fico ou se vou, Natália veio também no meu quarto e trouxe o meu sobrinho mais lindo do mundo, está muito parecido com Alfredo, Natália me deu várias broncas, por beber ontem, elas são como minhas irmãs. Tomamos café da manhã juntas, Luís senta afastado numa mesa, todos percebem o clima estranho entre nós dois, toda a equipe se despede, ficando só eu e Luís, Richard aparece e fica parado olhando para nós dois.
— Vamos acabar com esse clima estranho.Ele segura na minha mão e me leva até a mesa do Luís.
— Ele não quer falar comigo, Richard me solta. — Cruzo os braços.
— Se acertem, não gosto desse clima, se esse clima não mudar eu, juro que coloco os dois no avião e mando deixar numa ilha deserta. — Richard.
– Desculpa por tudo, Luís – peço desculpas.
Luís finalmente me olha, e sentamos nos três juntos, pergunto pela namorada do Richard, ele diz que flagrou, ela beijando outro homem no salão de festas.
– É a primeira vez que é traído Richard? – Pergunto.
– Que pergunta é essa, Nara, está sabendo de alguma coisa que não sei.
– Não estou sabendo de nada, ela não combina nada com você, agora te trair é sinal de que algo não está funcionando bem. — Falo.
Luís rir do Richard.
– Não acredito que vocês dois estão rindo de mim, vocês são meus amigos ou não?
– Somos, sim, vou subir para o meu quarto. — Falo.
– Já que está aqui Nara, vai trocar de roupa, os dois irão sair comigo. – Richard ordena.