Capítulo 2 Eu nunca quis machucá-la!
Myra enrijeceu ficando afobada.
Ela não podia negar o vislumbre de esperança que sentiu quando Greta informou sobre o buquê de flores.
'Eu sabia que era impossível ele me dar flores, então por que ainda me coloco em situações como essa?'
Sua garganta estava seca quando perguntou, hesitante: "Então, por que você pediu para me ver?"
Sean caminhou até a mesa e abriu uma gaveta antes de responder friamente: “Eu esperava que você se comportasse, mas você passou dos limites. Eris pode ter ignorado o incidente esta noite, mas não quero ver você fazendo algo assim novamente."
Suas costeletas estavam aparadas em um degradê limpo que emoldurava seu perfil lateral bem estruturado. Myra o observou no espelho de corpo inteiro; seu coração se apertou em uma dor familiar ao ver sua expressão de pedra, ele estava tão frio e distante com ela como sempre tinha sido.
Seu olhar cintilou sobre o buquê de rosas azuis. A tensão no escritório parecia ainda mais presente quando era comparada à beleza serena das flores.
Myra fingiu força; ela não conseguia parar de soluçar ferozmente. “Não fui eu,” ela disse em uma voz que soou como um sussurro.
Por um momento, Myra se perguntou se ele a ouviu. Sean já estava vestido e em pé, mas não respondeu enquanto tirava da gaveta uma caixa de veludo vermelho em forma de coração.
Sean olhou para o relógio e quando olhou para cima novamente, seu rosto estava era de indiferença e aborrecimento. “Myra, não use nenhum desses truques sujos contra minha mulher. Eu realizei seu desejo de casamento - o que mais quer de mim? Se quer me reivindicar como seu, receio não ter tais sentimentos por você. Se você quer meu coração...”
"Eu disse que não fui eu quem empurrou Eris para a lagoa!" Myra o interrompeu com os dentes cerrados antes que ele pudesse dizer algo mais condescendente.
Seus lábios estavam pálidos e ela tremia tanto que poderia desmaiar a qualquer momento.
Ouvindo o que ela disse, Sean fez uma careta. "Você está dizendo que ela mentiu?" Um olhar de desgosto passou por seu rosto quando ele zombou e se afastou dela. “Ela não sabe nadar, você sabia disso? Ela poderia ter se afogado se eu não chegasse a tempo de salvá-la. Se isso acontecesse, acha que ainda estaria aqui?”
“Sean, você realmente acha que eu faria algo assim?” As comportas foram abertas, fazendo com que o ressentimento e a dor que se acumularam por tanto tempo fossem liberados. Ela olhou para Sean com amargura e reiterou. “Eu não empurrei Eris. Ela caiu sozinha na água. Ela veio até mim tentando fazer eu te deixar, me insultando, mas eu nunca quis machucá-la!"
As bochechas de Myra estavam fundas, o que apenas acentuava o tamanho de seus olhos. Ela parecia ferida e vulnerável.
Sean viu as nuvens escuras que se formaram em seus olhos luminosos, mas sua expressão escureceu com a mesma rapidez. Ele considerou a mulher diante dele teimosa com desdém enquanto pensava em Eris tremendo em seus braços, aconselhando a não culpar Myra pelo incidente. A raiva imediatamente cresceu dentro dele e sem pensar duas vezes, empurrou Myra para o lado.
“Você é a mulher mais desprezível que já conheci!” disse rispidamente e ela cambaleou para trás. Seus pés bateram contra o chão enquanto ela tentava não cair, seu rosto empalideceu, e ela olhou para ele com os olhos arregalados.
No entanto, ele simplesmente devolveu seu olhar de espanto com um olhar frio e sinistro antes de pegar o buquê de rosas do divã e sair pela porta.
Myra não fazia ideia de onde veio sua coragem; ela ignorou a dor em seu braço, correu para bloqueá-lo, e perguntou: "Onde você está indo a esta hora?"
Sean lançou-lhe um olhar gelado. "Mova-se!" ele gritou.
Seus olhos estavam enevoados; impedindo-o de dar outro passo adiante, ela olhou para o anel em seu dedo.
Era apenas uma aliança de prata simples que foi comprada em uma loja qualquer. Sean a comprou para ela antes do relacionamento azedar, mas ela ainda o apreciava. Ele rapidamente se cansou dela depois do casamento e, como nunca comprou um anel de diamante adequado, ela guardou o de prata como um símbolo.
“Você é um homem casado agora, Sean. O que diabos pensa que está fazendo?" Myra gritou, incapaz de reprimir sua raiva.
Nos últimos dois anos, ela acordava todos os dias para ver fotos de seu marido com os braços em volta de outra mulher. Ela não conseguia se lembrar da última vez em que foi feliz.
Ele afastou o braço dela e antes que a porta fosse fechada, respondeu com uma voz fulminante: "Você deveria saber no que estava se metendo quando se casou com alguém da família Chase."
Myra ficou indignada e congelou ali mesmo.
Greta só entrou no escritório depois que a porta da frente se fechou. Ela olhou para Myra com simpatia e perguntou: "Senhorita Myra, você está bem?"
Myra se endireitou e levou a mão ao rosto, esperando sentir as lágrimas escorrerem, mas sua pele estava seca e tensa. Ela balançou a cabeça, atordoada, antes de sair do escritório em silêncio para ir para o quarto.