Capítulo 4 Assassinos

"Eu n-não vou mencionar uma palavra do que vi," gaguejo com minha voz intencionalmente mais profunda, enquanto lentamente tento andar para trás em retirada. Se eu puder sair vivo disto, nunca entrarei nesta área vestido como Leo, talvez nem mesmo em geral. Alec lentamente se aproxima de mim, enquanto Jace e Luca o seguem ligeiramente. Quando eles se aproximam de mim, todos eles de repente ficam rígidos. Eu os vejo levantar levemente seus narizes e visivelmente algo que parecia farejarem o ar. O que quer que eles tenham farejado naquele instante fez com que seus olhos ficarem completamente negros de uma forma que eu nunca imaginei ser possível... Eu pisco rapidamente algumas vezes para corrigir minha visão. Nada mudou, ainda estavam naquela total negritude. Talvez o pico de adrenalina em que eu me encontrava esteja me dando alucinações induzidas, talvez também seja o estresse que eu havia vivenciado momentos antes. Os rostos dos três demonstram choque e descrença antes de soltarem um rosnado baixo... Rosnar?… fiquei incrédula ao presenciar a cena de total sincronia dos três pedaços de mal caminho que estavam em minha frente. Quando abruptamente fui despertada do meu mini transe pelo grito enlouquecido de Jace. "Não. Porra! De nenhuma maneira!" grita Jace, agarrando sua cabeça. "Eu não sou gay! O único pau que eu gosto é meu pau grande, especialmente quando ele está enterrado fundo dentro de uma boceta apertada e molhada !" "Deve haver algum engano, nossa companheira não pode ser um cara.Não!! Eu me recuso, eu não corto para esse lado. Talvez ele estivesse perto da nossa companheira real e o cheiro dela tenha passado para ele", Alec diz, virando-se para os outros dois enquanto passa a mão pelos seus cabelos negros. "Não há engano. Sei que nenhum de nós é gay, saberíamos se fôssemos agora, mas o cheiro é forte demais para ter passado para ele. Além disso, quando olhei em seus olhos, senti a atração, e aposto que vocês também sentiram. Ele é nosso companheiro", diz Luca enquanto esfrega a mão no rosto, fazendo Jace soltar um grito de descrença. Enquanto eles estão ocupados discutindo o que diabos eles são, eu me viro e corto o mais rápido e silenciosamente possível para fora do beco. "Talvez a deusa da Lua tenha confundido o rapazinho com uma menina ao designar...", é a última coisa que ouço Jace dizer aos outros antes de acelerar o passo e começar a correr, todos eles muito absortos na discussão para notar minha fuga silenciosa. Quando chego à rua principal, corro em direção a um táxi que está parando para pegar duas garotas bêbadas sentadas no meio-fio. Corro até ele e entro antes que elas consigam se equilibrar adequadamente e ficar em pé. Digo ao motorista para me levar rapidamente para o outro lado da cidade em uma corrida de pânico, não querendo arriscar que eles descubram que desapareci até que eu realmente estivesse em segurança, ao menos foi o que passou pela minha mente no momento. Quando chego perto de casa, dou o valor do táxi ao motorista e saio. Minha casa fica em um prédio industrial abandonado. Eu o encontrei alguns anos atrás quando tive que me esconder enquanto fugia de alguns caras que me pegaram roubando deles. Eu o explorei e descobri que o último andar seria um ótimo lugar para ficar depois de adicionar algumas coisas necessárias, além de não ter que gastar a maior parte da minha renda com aluguel. Tenho um aquecedor a gás para me manter aquecido e um fogão a gás portátil para cozinhar alguma comida quente. Não gosto de cozinhar e também não tenho o dom da coisa, então é usado principalmente para cozinhar macarrão instantâneo. Eu me jogo no meu colchão que está no chão em direção à parede alinhada com janelas. Penso se devo chamar a polícia e informá-los de que um duplo homicídio foi cometido, ou não. Sei que também sou um criminoso e que provavelmente há algum código criminal ou algo assim onde você não denuncia outros criminosos, mas eu sou um ladrão. O que eu vi foi assassinato. Isso é um outro nível de merda. Depois de pensar um pouco mais, percebo que eles pareciam bem experientes em matar pessoas. Aquele tal de Alec os matou tão rapidamente, sem hesitação ou preocupação.Eles provavelmente já fizeram isso várias vezes antes, e também, provavelmente já se livraram dos corpos a essa altura do campeonato e limparam qualquer evidência que pudesse apontar para eles. Além disso, se eu os dedurar, eles parecem o tipo de pessoa que me colocaria na lista negra deles. Eu não quero estar na lista negra deles. Mas, sei que talvez quero está em alguma lista algum dia, de preferência das mulheres que eles ligariam para ter um momento mais íntimo, se é que me entende. Me levanto, para por um instante contemplar a vista da janela decido fingir que esta noite não aconteceu, afinal que tipo de pessoa seria eu em pensar em querer me envolver com assassinos. Contar à polícia não traria os dois caras mortos de volta. No entanto, isso agitará ainda mais aqueles três assassinos e dará a eles o motivo para virem atrás de mim, para claro o mesmo motivo atual. Meu senso de autoperseverança está superando meu senso de justiça. Sim, eu tenho algumas aparências de senso de justiça, apesar de ser um ladrão. Tentando limpar minha mente, me aconchego novamente ao meu colchão e me preparo para dormir. Estou exausta, física e mentalmente. Foi uma longa noite.