Capítulo 7 - Meu Parceiro É Um Lobo Volana?
Ponto de Vista em Terceira Pessoa
Foi fácil entrar na festa de Lila quando o pai de Scott estava lá. Scott e Sarah nem precisavam de desculpa para comparecer. Na verdade, o pai de Scott insistiu que ele aparecesse. Sarah passou a maior parte da manhã colhendo beladona de seu jardim pessoal.
Ela transformou a beladona em pó e colocou em um pequeno frasco que usava em volta do pescoço, escondendo-o dentro de sua blusa; escondido e fora de vista.
Sarah queria destruir qualquer chance de Lila conseguir seu lobo em seu aniversário. Mesmo que Lila fosse habilidosa em combate, ela ainda seria considerada inferior sem seu lobo. Sarah permaneceria superior em sua forma de lobo.
Ao chegarem lá, Lila estava conversando com seus convidados e rindo. Isso irritou Sarah. Ela notou que Lila tinha uma taça de vinho colocada na mesa diante dela.
Então, o que exatamente estamos fazendo aqui? — Scott perguntou; ela não havia contado a ele seu plano, além de invadir a festa.
Estamos aqui para apoiar a aniversariante! — disse Sarah com um sorriso agradável.
Por quê? Terminamos. Lembra? Eu a deixei por você.
Foi assim que Sarah se lembrou. Tecnicamente, Lila foi quem o deixou. Embora, os detalhes não importassem tanto. Sarah realmente não tinha um grande apego a ele. Mas o pai de Scott era um Alfa, o que significava que Sarah só poderia se beneficiar de seu relacionamento com ele.
Também não doía que ele fosse bonito e ficasse bem ao seu lado.
Você será um Alfa um dia, Scott. Lila é filha do Alfa Bastien. Estamos aqui pelo mesmo motivo que os outros Alfas estão aqui. Para causar uma boa impressão e sair na frente. Agora vá conversar com alguns dos Alfas.
Ele revirou os olhos enquanto desaparecia na multidão. Lila ainda não havia notado nenhum deles lá. Ela deu um pequeno gole em seu vinho antes de colocá-lo de volta na mesa, virando as costas para falar com alguém atrás dela.
Sarah aproveitou aquele momento como uma oportunidade para adulterar sua bebida. Ela desenroscou o frasco de beladona enquanto caminhava em direção á mesa de Lila. Lila não estava prestando atenção, nem a pessoa com quem estava conversando.
Sem nem tocar no copo, Sarah conseguiu pingar algumas gotas do pó de beladona no vinho, observando-o se dissolver instantaneamente. Um sorriso brincou em seus lábios enquanto continuava a andar...
Ponto de Vista de Enzo
Faça o teste desta taça para impressões digitais imediatamente — ouvi Bastien ordenando ao seu Beta. — Também quero que seja testado para DNA.
Seu beta colocou um par de luvas antes de pegar a taça.
Eu preciso de uma lista de todos os convidados aqui! — ordenou Bastien a um dos trabalhadores. — Ninguém sai sem seus nomes escritos na lista.
Precisamos subir! — meu lobo, Max, instigou. — Nossa companheira está doente e vai precisar de nós.
Alfa Bastien? — Eu disse, ignorando as palavras de Max.
Oh, oi Enzo. Desculpe, não posso realmente falar…
Foi envenenamento? — Perguntei antes que ele pudesse terminar de falar.
Bastien estreitou os olhos para mim.
Acredito que sim, mas não saberemos até o médico examiná-la. Ele deve estar chegando em breve! — explicou Bastien.
O que posso fazer para ajudar?
Você pode garantir que ninguém entre em seu quarto! — sugeriu Bastien. — Tenho guardas do lado de fora, mas também preciso que a porta dela seja vigiada.
Vou subir as escadas agora.
Você é um bom homem, Enzo! — disse Bastien, me dando tapinhas nas costas antes de se afastar.
Enquanto subia as escadas, senti a urgência do meu lobo. Ele queria mais do que tudo ver Lila, mas eu não conseguia me forçar a entrar em seu quarto. Fiquei do lado de fora, encostando minhas costas na porta dela e absorvendo seu aroma amoroso de madressilva.
Isso era exatamente o que eu não queria; eu já estava me sentindo distraído por essa garota. Me lembrei do beijo que ela me deu ontem de manhã; meu lobo não a sentiu como uma companheira naquela época. No entanto, ele ainda se sentia atraído por ela de uma maneira que nunca havia sentido antes.
Ela deveria receber seu lobo hoje! — Max explicou. — Eu podia senti-la por perto. Assim que a senti, soube que ela é nossa companheira. Mas o veneno a está bloqueando agora. Ela está lá... Mas também não está ao mesmo tempo.
Isso parece ser obra da beladona! — eu respondo ao meu lobo. — O que significa que em alguns dias, assim que a beladona sair de seu sistema, ela vai nos sentir como seu companheiro. Isso vai complicar as coisas.
A porta do quarto de Lila se abriu, e a Luna Selene entrou no corredor. Ela parou quando me viu rondando do lado de fora da porta.
Está tudo bem, Alfa? — Ela perguntou, estreitando os olhos para mim.
Ela se parecia exatamente com Lila; ou melhor, Lila se parecia exatamente com ela. Ambas tinham cabelos escuros e lindos e os mesmos olhos de cor estranha. Era quase surreal.
— O Alfa Bastien me ordenou a ficar de guarda para garantir que ninguém entre! — respondi, mantendo meu tom equilibrado.
Entendi! — disse Selene; havia preocupação em seus olhos. — O médico estará aqui em breve. Você pode me avisar quando ele chegar? Vou descer para falar com meu marido. Acho que ela foi envenenada. Os sintomas dela parecem estranhos...
Claro! — digo a ela.
Ela me deu um pequeno sorriso antes de sair.
Agora é nossa chance… — Max instigou mais uma vez. — Vamos entrar em seu quarto e ver nossa companheira.
Ele era implacável.
No entanto, decidi entrar e verificar como ela estava. Ao abrir a porta dela, o seu perfume se tornou ainda mais intenso.
Ela estava deitada na cama com os olhos fechados; o seu rosto ainda estava vermelho e tinha gotas de suor na testa. Ela estava com febre.
Ela gemia suavemente como se estivesse com dor e se contorcia na cama, tentando encontrar algum tipo de conforto. Estendi a mão para ela, colocando-a suavemente na testa. Ela parecia ter se acalmado apenas com o meu toque.
Ela suspirou, estendendo as próprias mãos e colocando-as em cima da minha mão, mantendo-a no lugar. Engoli o nó na minha garganta enquanto observava o seu corpo delicado. Ela ainda estava com o vestido; ela estava deslumbrante esta noite. Ela ainda estava deslumbrante, mesmo quando não estava bem.
Ela abriu os olhos ligeiramente e olhou para mim.
Professor Enzo? — Ela sussurrou em um estado fraco e sonolento.
Apenas descanse! — eu disse a ela, mantendo o tom baixo.
Estava prestes a puxar a minha mão e sair pela porta, mas ela apertou a minha mão, me mantendo no lugar. Ela estava forte para alguém que acabara de ser envenenada e estava meio acordada.
Não saia… — ela gemeu. — Sua mão é agradável... É agradável e fria...
Posso buscar um pano frio para você! — eu disse a ela.
Ela balançou a cabeça, gotas de suor se formando sob a minha mão em sua testa.
Não... isso é bom… — ela disse, fechando os olhos novamente. — Você é tão bonito… — ela murmurou. Eu ergui as sobrancelhas com as suas palavras. — Dolorosamente bonito. Por que você é tão…
Suas palavras foram interrompidas quando ela começou a adormecer novamente. Pisquei algumas vezes, ainda olhando para ela. Fiquei surpreso com a sua franqueza; afinal, uma dose alta o suficiente de beladona tende a causar ilusão.
Retirei a minha mão dela; o seu corpo ficou mole enquanto o sono a dominava. Fui até o seu banheiro e peguei um pano, umidecendo-o com água fria. Quando coloquei sobre a sua cabeça, vi o rubor em seu rosto começar a desaparecer.
Ela suspirou aliviada, e um sorriso pequeno e enfraquecido puxando os seus lábios.
Isso é bom… — ela sussurrou. Eu estava prestes a virar e sair mais uma vez, mas a sua voz me deteve no meu caminho. — Você foi o meu primeiro beijo… — ela murmurou.
Eu sabia que ela era inexperiente, mas aquele beijo no corredor foi o seu primeiro?
Você foi o meu primeiro beijo... Professor Enzo… — ela disse novamente em um murmúrio. — Você beijou... Uma... Volana...
Ela adormeceu antes que a sua frase estivesse completa; fiquei olhando para ela em choque, completamente paralisado. O que ela estava prestes a dizer?...